Myanmar: internet volta a funcionar e milhares protestam contra golpe militar

A rede foi restaurada sem aviso prévio, mas Facebook e Twitter continuam restritos; manifestações estão sendo pacíficas e sem confronto com os policiais

  • Por Jovem Pan
  • 07/02/2021 16h32
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EFE/EPA/LYNN BO BO Milhares de pessoas participaram do protesto em Rangun, antiga capital e cidade mais populosa do Myanmar

O Myanmar teve neste domingo, 7, o seu segundo dia de protestos massivos contra o golpe militar. Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas de várias cidades do país, mas a principal manifestação aconteceu em Rangun, onde as pessoas se reuniram em torno da Sule Pagoda, monumento mais representativo da nação do Sudeste Asiático. A polícia montou postos de controle e barricadas em vários edifícios públicos da antiga capital, inclusive com soldados armados na área interna. No entanto, até agora não houve confrontos entre as autoridades e os civis, que dão rosas e garrafas de água à polícia e lhes pedem que se juntem ao protesto.

O domingo, 7, também marcou o fim de um bloqueio de 24 horas do acesso à internet no país. A rede foi restaurada sem aviso prévio pouco depois do meio-dia do horário local. A censura ordenada pelos militares contra Twitter e Facebook permanece em vigor, embora muitos usuários consigam contornar as restrições através de alguns softwares que mascaram a localização da rede. O portal de rastreamento Netblocks, sediado em Londres, afirmou em sua última atualização que o Myanmar registrou “uma restauração parcial da conectividade”, embora tenha dito que “não está claro se a restauração será mantida e as redes sociais permanecerão bloqueadas”.

Os militares, que governaram o país com punho de ferro de 1962 a 2011, tomaram o poder na segunda-feira, alegando fraude maciça nas eleições de novembro, em que o partido da ativista obteve uma contundente vitória, com 83% dos assentos disputados. As manifestações são dominadas pela cor vermelha, que identifica o partido da Liga Nacional para a Democracia (LND), liderado pela vencedora do Prêmio Nobel da Paz e líder deposta do governo democrático, Aung San Suu Kyi, e exigem a libertação de todos aqueles detidos pelos militares, incluindo ela.

*Com informações da EFE
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