‘Não há nenhuma decisão de deixar o Iraque’, diz secretário de Defesa dos EUA

  • Por Jovem Pan
  • 06/01/2020 19h27 - Atualizado em 06/01/2020 20h20
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Reprodução / Twitter O secretário de defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, à direita

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, afirmou nesta segunda-feira (6) que o país não tem planos de retirar suas tropas do Iraque.

“Não há nenhuma decisão de deixar o Iraque”, declarou Esper em um pronunciamento a jornalistas no Pentágono que não estava agendado.

A declaração foi feita poucos minutos depois da divulgação de uma carta enviada pelas Forças Armadas dos EUA ao Ministério da Defesa iraquiano que informava sobre um deslocamento de tropas, sem esclarecer se elas deixariam o país.

As agências internacionais de notícias Reuters e France Presse, que tiveram acesso à suposta carta, afirmam que o documento foi assinado pelo general de brigada do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, William H. Seely III, comandante geral da Força-Tarefa no Iraque, a coalizão militar liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico.

“Senhor, em deferência à soberania da República do Iraque, e conforme solicitado pelo Parlamento do Iraque e pelo Primeiro Ministro, o CJTF-OIR estará reposicionando forças ao longo dos próximos dias e semanas para se preparar para os movimentos a seguir”, diria um trecho do documento.

O Oriente Médio vive, nos últimos dias, uma escalada de tensão desde a morte do general Qassem Soleimani, morto na última sexta após um ataque ordenado pelos Estados Unidos.

Nesta segunda, milhares de pessoas acompanham o velório de Soleimani pelas ruas de Teerã, capital do Irã. O general era considerado a segunda pessoa mais importante do país e, após o ataque, tornou-se um mártir para os iranianos.

Realocando tropas

Um comandante da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos explicou nesta segunda que as tropas americanas no Iraque serão realocadas “no decorrer dos próximos dias e semanas”. O anúncio foi feito após o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, detalhar que não se tratava de uma retirada.

“Em devida deferência à soberania do Iraque, e conforme solicitado pelo Parlamento e pelo primeiro-ministro iraquiano, a coalizão internacional realocará forças no decorrer dos próximos dias e semanas em preparação para um movimento posterior”, disse o general de brigada William H. Seely III, comandante do chamado Grupo de Trabalho no Iraque, em carta ao Ministério da Defesa iraquiano.

A carta explica que para a realização da tarefa, as forças da coalizão aumentarão o uso de helicópteros sobre e nos arredores da Zona Verde de Bagdá, onde estão localizadas embaixadas e instituições do governo.

O chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, Mark Milley, afirmou que a carta que informava a retirada das tropas americanas “é um rascunho”. “Foi um erro, não deveria ter sido publicada”, afirmou.

A tensão entre Teerã e Washington aumentou nos últimos dias por causa da morte do general Soleimani, que comandava a  divisão de elite da Guarda Revolucionária do Irã.

Vingança

O Irã garantiu que se vingará dos Estados Unidos pela morte de Soleimani. Consequentemente, o governo dos EUA pediu para que os cidadãos do país deixem o Iraque imediatamente.

No último domingo foi divulgado que centenas de soldados americanos começaram um dia antes uma viagem a uma base militar no Kuwait, de onde servirão como reforços para as forças mobilizadas no Oriente Médio.

A previsão é que até 3.500 soldados viajem nos próximos dias para o Kuwait, um dos quartéis-generais do Comando Central das Forças Armadas dos EUA (CENTCOM), de onde são coordenadas as operações militares no Iraque e no Afeganistão.

Na semana passada, o governo dos EUA enviou 750 soldados para o Oriente Médio em resposta ao ataque à embaixada dos EUA em Bagdá por apoiadores de milícias xiitas.

*Com informações da EFE

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