Netanyahu desafia pressão internacional, apesar da insatisfação com a guerra dentro do gabinete

O primeiro-ministro de Israel afirma que a invasão é necessária para desmantelar os últimos batalhões do Hamas na região; novas tropas foram enviadas para Rafah, nesta sexta

  • Por Jovem Pan
  • 17/05/2024 17h07 - Atualizado em 17/05/2024 17h08
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EFE/EPA/MOHAMMED SABER Vista de edifícios destruídos, entre eles uma mesquita, no norte do campo de refugiados de Al Nuseirat, centro da Faixa de Gaza, 17 de maio de 2024. Mais de 35.000 palestinos e mais de 1.400 israelenses foram mortos, de acordo com o Ministério da Saúde palestino e a Defesa de Israel (IDF), desde que militantes do Hamas lançaram um ataque contra Israel a partir da Faixa de Gaza em 7 de outubro de 2023, e as operações israelenses em Gaza e na Cisjordânia que se seguiram. O primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, vem desafiando a pressão internacional para suspender a operação em Rafah

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou o envio de mais tropas para Rafah, no sul da Faixa de Gaza, o mais recente alvo da operação militar contra o Hamas. A decisão é um sinal de que os israelenses pretendem seguir com a invasão da cidade, onde mais de 1 milhão de palestinos se refugiaram – 600 mil já fugiram da área, segundo a ONU. “Centenas de alvos foram atingidos e nossas forças estão realizando manobras na área”, disse Gallant, que não deu prazos para o envio e para o início da invasão total – até o momento, as ações foram localizadas, segundo o governo de Israel.

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O primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, vem desafiando a pressão internacional para suspender a operação em Rafah. Ele garante que a invasão é necessária para desmantelar os últimos batalhões do Hamas em Gaza. Mas, enquanto o Exército israelense não recebe a ordem de atacar, o Hamas parece ter se reagrupado e ressurgido em áreas no centro e no norte de Gaza, obrigando Israel e travar novamente combates violentos contra militantes em partes do enclave que já haviam sido dominadas. Na última quinta-feira (16), cinco soldados morreram em Jabaliya.

O renascimento do Hamas vem deixando a cúpula do Exército irritada com a falta de um plano de segurança para Gaza no pós-guerra. No fim de semana, o chefe do Estado-Maior, o general Herzi Halevi, criticou o premiê pela falta de um plano. Na quarta-feira (15), Gallant cobrou publicamente uma estratégia de Netanyahu. “Desde outubro eu venho levantando esse tema no gabinete de guerra”, disse o ministro. “Mas, até agora, não obtive nenhuma resposta.”

Outro membro do gabinete de guerra, Benny Gantz – que cada vez mais se consolida como o maior opositor de Netanyahu – concordou com o ministro da Defesa. “Gallant fala a verdade. É responsabilidade do líder fazer a coisa certa para o país a qualquer custo”, disse.

O primeiro-ministro respondeu que enquanto o Hamas não for completamente destruído, nenhum outro grupo poderá controlar a Faixa de Gaza, incluindo a Autoridade Palestina. “Não pretendo substituir o Hamastão por um Fatahstão”, afirmou o premiê, em referência ao Fatah, facção rival do Hamas, que constitui a Autoridade Palestina que exerce algum poder na Cisjordânia.

Acusação de genocídio

A África do Sul acusou Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, de provocar “uma nova e horrenda fase do genocídio” em Gaza. A diplomacia sul-africana pediu ao tribunal que ordenasse a interrupção da ofensiva em Rafah.

Foi o quarto pedido protocolado pela África do Sul, que pede uma decisão provisória da CIJ para evitar o ataque. Entre as alegações apresentadas pelos sul-africanos estão o registro de valas comuns, de tortura e a retenção deliberada de ajuda humanitária.

O chanceler israelense, Israel Katz, acusou a África do Sul de apresentar à CIJ “alegações falsas” que “dependem de fontes não confiáveis do Hamas”. “Israel age de acordo com a lei internacional e suas obrigações humanitárias, e implementa medidas para minimizar os danos a civis”, afirmou.

*Com informações do Estadão Conteúdo
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