Número de mortes por Covid-19 na Índia é dez vezes maior do que balanço oficial, diz estudo

Entre 3,4 milhões e 4,9 milhões de pessoas morreram vítimas do vírus no país desde o início da pandemia até junho deste ano, de acordo com o Center for Global Development

  • Por Jovem Pan
  • 20/07/2021 14h24 - Atualizado em 20/07/2021 17h18
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EFE/EPA/JAGADEESH NV Quatro pessoas transportam corpo de vítima da Covid-19 em um saco preto, na Índia Balanço oficial do país registra 414 mil vítimas da doença, o terceiro pior do mundo depois dos Estados Unidos (609 mil) e do Brasil (542 mil)

O número real de mortes provocadas pela Covid-19 na Índia pode ser até 10 vezes maior do que o divulgado, segundo o Center for Global Development. O balanço oficial do país registra 414 mil vítimas da doença, o terceiro pior do mundo depois dos Estados Unidos (609 mil) e do Brasil (542 mil). Em número de casos confirmados, a Índia tem 31,1 milhões e está atrás apenas dos Estados Unidos (34,1 milhões). No entanto, segundo o estudo, entre 3,4 milhões e 4,9 milhões de pessoas morreram vítimas do vírus no país desde o início da pandemia até junho deste ano. “As mortes reais provavelmente estão em vários milhões, não em centenas de milhares, o que transformaria esta na maior tragédia humanitária da Índia desde a independência”, afirmaram os pesquisadores.

Segundo país mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes, a Índia passou por um colapso sanitário e hospitalar em abril e maio e bateu recordes mundiais de casos e mortes, em meio a uma segunda onda atribuída à variante Delta e a falhas do governo. Vários estados indianos têm revisado seus balanços nas últimas semanas e adicionaram milhares de óbitos que não haviam sido contabilizados. Parte dos analistas que questionam os números oficiais atribuem os erros mais ao colapso sanitário e de saúde do que a uma manipulação deliberada. Além disso, os especialistas afirmam que a subnotificação ocorre devido aos recursos escassos no interior da Índia e a um grande número de pessoas que morreram em casa sem serem testadas. Cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan compartilhou uma notícia sobre o estudo nesta terça-feira, 20, e afirmou que, “é importante capturar o excesso de mortalidade, pois é a única maneira de preparar o sistema de saúde para choques futuros e evitar mais mortes”.

*Com Estadão Conteúdo

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