OMS: ‘Hidroxicloroquina ou cloroquina até agora não se mostraram eficazes’

A entidade destacou os efeitos colaterais provocados pelo medicamento que tem sido usado no tratamento da Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 20/05/2020 13h36
Salvatore Di Nolfi/EFE Michael Ryan, diretor do programa de emergências da OMS

O comando da Organização Mundial de Saúde (OMS) foi questionado no início de sua entrevista coletiva virtual desta quarta-feira (20) sobre a decisão do governo do Brasil de divulgar um protocolo do Ministério da Saúde que prevê o uso da cloroquina desde os primeiros sinais da Covid-19.

Diretor-executivo da OMS, Mike Ryan, começou a responder afirmando que toda nação soberana pode aconselhar seus cidadãos sobre qualquer medicamento, mas acrescentou: “A hidroxicloroquina ou a cloroquina até agora não se mostraram eficazes contra a Covid-19.”

Ryan lembrou ainda que existe o risco de uma série de efeitos colaterais no uso desses medicamentos. Além disso, acrescentou que ocorrem atualmente várias pesquisas para testar potenciais remédios contra o coronavírus, alguns deles com a cloroquina e a hidroxicloroquina.

Líder da resposta da OMS à pandemia, a epidemiologista Maria Van Kerkhove acrescentou que a entidade também trabalha pela meta comum de se descobrir “qual terapia é segura” no combate ao vírus.

Em declaração inicial na coletiva, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que “preocupa o aumento dos casos de coronavírus em países de renda média e baixa”, mas sem citar exemplos.

Mais cedo, a Sociedade Brasileira de Imunologia já havia se declarado contra o protocolo do governo federal, afirmando que o posicionamento “não apenas carece de evidência científica, além de ser perigoso, pois tomou um aspecto político inesperado” e pedindo “bases em evidências científicas sólidas” para esse tipo de decisão.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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