OMS pede criação de vacina contra bactéria que mata 150 mil recém-nascidos por ano

Streptococcus B causa meio milhão de partos prematuros por ano e pode causar deficiências a longo prazo, como paralisia cerebral e perda visual ou auditiva

  • Por Jovem Pan
  • 02/11/2021 22h25
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rawpixel.com - Freepik Foto de um berço onde aparece parte de um recém-nascido (o pé direito e a fralda) Equívoco só emergiu em 2017, quando uma das vítimas fez teste de DNA e descobriu que não era filha biológica daquela que chamava de mãe

O Streptococcus B, uma bactéria que as grávidas podem transmitir aos seus bebês, causa cerca de 150 mil mortes de recém-nascidos por ano, número que pode ser reduzido se houver estímulo à pesquisa de vacinas após 30 anos de estagnação, advertiu a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira, 2. Um novo relatório, que pela primeira vez mostra o impacto global desta bactéria, elaborado pela OMS junto à Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM, na sigla em inglês), também lembra que o micro-organismo causa meio milhão de partos prematuros por ano. Além disso, pode causar deficiências a longo prazo, como paralisia cerebral, perda visual ou auditiva em crianças.

Diante dos números elevados, o relatório da OMS pede que a comunidade científica desenvolva vacinas maternas contra este tipo de bactérias para reduzir a mortalidade. “O Streptococcus B é uma ameaça grave e até agora pouco conhecida à sobrevivência e ao bem-estar dos recém-nascidos, com efeitos devastadores para muitas famílias em todo o mundo”, disse Phillipp Lambach, médico-chefe do departamento de imunização e vacinas da OMS.
Várias pesquisas de vacinas contra as bactérias já foram iniciadas, mas, de acordo com a OMS, ainda não conseguiram trazer os medicamentos para o mercado após décadas de estudo.

O relatório estima que se uma vacina puder ser desenvolvida e 70% das mães grávidas imunizadas, pelo menos 50 mil mortes de recém-nascidos e 170 mil nascimentos prematuros poderiam ser evitados. “A vacinação materna poderia salvar a vida de centenas de milhares de pessoas nos próximos anos, mas foi proposta há 30 anos e o mundo ainda tem de produzir uma vacina”, lamentou o professor Joy Lawn, do LSHTM. Em média, 15% das mulheres grávidas em todo o mundo, ou cerca de 20 milhões de mulheres, transportam a bactéria, geralmente sem sintomas, mas podem transmiti-la durante a gravidez ou o parto.

*Com informações da EFE

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