Operação cão Wilson: militares colombianos localizam pegadas frescas e acreditam que o animal está vivo
Pastor-belga de seis anos está desaparecido na Amazônia colombiana há duas semanas; ele foi crucial na procura pelas crianças sobreviventes de um acidente de avião
As buscas pelo cão Wilson, que desapareceu na floresta amazônica colombiana durante as buscas para localizar as crianças que sobreviveram a um acidente de avião, continuam na Colômbia. Nas mais recentes atualizações, foi informado que os militares ucranianos encontraram pegadas do pastor Belga que localizou os menores. Em entrevista ao jornal colombiano ‘El Espectador’, o general Helder Fernán Giraldo Bonilla, disse que as pistas são dos últimos dias, o que aumenta as esperanças de quem Wilson esteja vivo. Ao longo de todo caminho os militares tem deixado comida pastosa para o animal, já que, segundo as crianças, a última vez que ele foi visto estava magro. Segundo Bonilla, eles chegaram a avistar Wilson, mas ele fugiu, já que, segundo o Edgar Yesid Fontecha, também em entrevista ao jornal colombiano, este é um instinto, uma vez que não sabe se o chamado é para o bem ou para o mal. O soldado Lara Cuaran, que é tutor do cachorro há mais de três anos, está ajudando nas buscas. Sua presença pode fazer com que Wilson saia da defensiva e volte a confiar e se aproximar, para que o resgate possa ser realizado. Ao todo, mais de cem oficiais trabalham na busca por Wilson.
“Os cães, especialmente nessas operações de busca e resgate, têm sido fundamentais. Na verdade, foi Wilson quem encontrou as crianças. Nossos cães salvaram muitas vidas e são considerados membros da equipe”, disse o comandante do Exército da Colômbia, acrescentando que eles não deixam nenhum soldado para trás e que um abaixo-assinado está sendo realizado para que a procura pelo animal não seja encerrada. Lesly e Soleiny, as irmãs mais velhas que foram resgatadas da floresta amazônica colombiana, fizeram um desenho em que há um cão em meio às árvores, ao lado de um rio, com o nome “Wilson” escrito, outro indício que alimenta a hipótese de que as crianças estiveram com o animal. Astrid Cáceres, diretora do órgão estatal que zela pelos direitos das crianças, garantiu no sábado que os irmãos fizeram menções a um cachorro. Lesly “nos contou […] do cãozinho que se perdeu deles, que não sabem onde ficou e que os acompanhou por um momento”, relatou a funcionária. De acordo com o general Sánchez, Wilson não usava GPS.
Wilson, o cão perdido
Desde filhote, Wilson viveu entre militares que o treinaram para o resgate de pessoas. Ele foi o cão protagonista da operação de busca das quatro crianças que estavam desaparecidas na floresta amazônica colombiana. #VamosPorWilson, #FaltaUno, #WilsonHeroeNacional são algumas das hashtags em espanhol que se multiplicam nos espaços virtuais. Apesar dos irmãõ – Lesly (13 anos), Soleiny (9), Tien Noriel (5) e Cristín (1) – já terem sido resgatados e se recuperam em um hospital militar de Bogotá após passarem 40 dias de penúria na selva colombiana, “as buscas não terminaram”, insiste o Exército colombiano, já que falta localizar Wilson. Nos departamentos de Guaviare e Caquetá, mais de 70 militares trabalham sem descanso para localizar Wilson, um pastor-belga-malinois. Este tipo de cão costuma ser treinado por um único tutor militar que o acompanha ao longo de toda a sua vida e nas diferentes operações de que participa. Cristian David Lara, o responsável por Wilson, permanece na floresta para tentar encontrar seu paradeiro. “Ele não quis deixar a área até encontrar seu cãozinho, esses binômios criam laços para toda a vida”, disse um responsável do exército ao jornal El Espectador.
Foi Wilson que encontrou a mamadeira da bebê Cristín entre a vegetação, a quase quatro quilômetros do local do acidente. A equipe de busca também encontrou frutas mordidas, fraldas, abrigos improvisados, tesouras e pegadas, pistas que mantinham a esperança de encontrar as crianças com vida. Porém, duas semanas atrás, “por causa da complexidade do terreno, da umidade e das condições climáticas adversas, ele teria se desorientado”, informou o exército em nota. Por outro lado, várias pistas indicam que o cão pode ter sido o primeiro a encontrar as crianças, como pegadas do animal que aparecem junto às marcas deixadas pelos menores. “Wilson é um cão, mas é nosso soldado. Eu diria que ele foi o primeiro que encontrou as crianças”, opinou Sánchez nesta terça. “Jamais se abandona um companheiro caído no campo de combate. Avança a #OperaciónEsperanza [Operação Esperança] na busca por nosso canino Wilson, que, durante o rastreamento e em seu afã de encontrar as crianças, afastou-se das tropas e está perdido”, tuitou a força militar.
*Com informações da AFP
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.