Pelo menos 18 países questionam legitimidade das eleições na Venezuela

Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Brasil, além de outros 14 países latino-americanos, consideraram como fraudulento o pleito que deixou Assembleia Nacional sob controle de Maduro

  • Por Bárbara Ligero
  • 07/12/2020 13h44 - Atualizado em 07/12/2020 14h53
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EFE/ Henry Chirinos A comunidade internacional entende a grande abstenção de votos como um sinal de insatisfação do povo venezuelano

Autoridades de 17 países não reconheceram o resultado das eleições parlamentares realizadas na Venezuela neste domingo, 6. Como já era esperado, o pleito foi marcado pela alta abstenção de votos e representou a vitória de uma maioria de candidatos favoráveis ao presidente Nicolás Maduro, que dessa forma passará a controlar a Assembleia Nacional. Nesta segunda-feira, 7, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em conjunto com outros 15 países americanos, publicou uma nota afirmando que o governo de Maduro é “ilegítimo” e que a votação foi ilegal por ter sido realizada “sem as garantias mínimas de um processo democrático” e sem a “participação de todas as forças políticas”. O texto pede, ainda, que a comunidade internacional se junte à rejeição das “eleições fraudulentas” e que a Venezuela se comprometa encontrar uma “solução pacífica e constitucional que leve o país a eleições presidenciais e parlamentares livres, justas e críveis”. Além do Brasil, os signatários foram Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Santa Lúcia.

Através do seu perfil oficial no Twitter, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, acrescentou que o resultado representa “mais opressão e fome para os venezuelanos” e que o povo demonstrou a sua insatisfação através da baixíssima participação no pleito. “O Brasil continuará trabalhando, com todos os parceiros que quiserem, pela redemocratização da Venezuela”, pontuou. Já o canadense François-Philippe Champagne utilizou uma abordagem mais sutil ao comentar sobre o assunto em sua rede social. “O processo não atendeu às condições mínimas para um exercício livre e justo da democracia”, escreveu. Apesar de não ter assinado a nota juntamente com os demais países americanos, os Estados Unidos também demonstraram não reconhecer o resultado das eleições parlamentares venezuelanas. O secretário de Estado, Mike Pompeo, publicou em seu Twitter que o país condena o pleito realizado pelo “regime ilegítimo de Maduro”. Ele continuou dizendo as eleições “nada mais são do que uma tentativa de roubar o futuro democrático da Venezuela”.

Na Europa, o Reino Unido questionou a legitimidade da votação, que foi chamada de “profundamente defeituosa” pelo ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab. O político aproveitou a oportunidade para afirmar que o seu país continua reconhecendo Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. O líder da oposição se autoproclamou presidente em janeiro de 2019 e foi prontamente reconhecido pelos Estados Unidos, pelo Brasil e pelos demais países que assinaram o comunicado contestando as eleições de domingo, 6.
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