Presidente do Peru reitera que não recebeu dinheiro da Odebrecht
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, afirmou nessa terça-feira (15) que não recebeu nada da Odebrecht, ao ser consultado sobre a propina que a companhia garante ter pago a funcionários do país entre 2005 e 2014.
“Vi [Marcelo] Odebrecht uma vez no Palácio de Governo há 15 anos, sinto muito que sua empresa esteja com problemas, mas aqui não recebemos nada deles”, afirmou o governante em entrevista à emissora RPP Noticias.
Kuczynski foi primeiro-ministro e titular de Economia durante o governo de Alejandro Toledo (2001-2006), a quem a Odebrecht afirma ter pago propinas milionárias para conseguir a concessão de construção de dois trechos da estrada Interoceânica Sul.
O atual presidente peruano declarou que não assinou o decreto que autorizou a concessão da obra porque não estava em Lima naquele momento.
Por causa da denúncia de lavagem de dinheiro, Toledo tem uma ordem de prisão preventiva por 18 meses no Peru, e a Justiça busca sua extradição dos Estados Unidos, onde reside há vários anos.
Kuczynski disse que Toledo o parabenizou quando assumiu a presidência em 2016, mas que não conversou mais com ele “desde que começou a se falar de sua extradição”. Acrescentou que não teme as represálias de Toledo e de sua esposa, Elianne Karp, que o ameaçou ao afirmar que sabe muito sobre ele, diante de uma provável extradição ao Peru.
Sobre a ex-procuradora ad hoc para a Lava Jato no Peru, Katherine Ampuero, que pediu que Kuczynski fosse investigado por supostos vínculos com a Odebrecht, o governante disse hoje que ele não a conhecia e que não pediu sua saída à ministra da Justiça, Marisol Pérez.
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