Putin parabeniza Joe Biden pela vitória nas eleições dos EUA

Jair Bolsonaro é o único líder do G20 que ainda não se pronunciou sobre a conquista do democrata

  • Por Jovem Pan
  • 15/12/2020 09h56 - Atualizado em 15/12/2020 09h58
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EFE/EPA/ALEXEI DRUZHININ / SPUTNIK / KREMLIN POOL vladmir putin No texto, em mais de uma oportunidade, Putin se refere a relação ruim entre os dois países nos últimos anos

Horas após o Colégio Eleitoral confirmar a vitória de Joe Biden nas eleições americanas, na última segunda-feira, 14, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, parabenizou o democrata pelo cargo. Putin demorou mais de um mês para reconhecer a derrota do atual presidente, Donald Trump, que defende a existência de fraudes nas eleições. Joe Biden foi considerado presidente eleito no dia 8 de novembro, quando as agências de notícias projetaram sua vitória após ele bater os 270 delegados necessários. Até o momento, o presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro, ainda não se manifestou.

O Kremlin anunciou que enviou um “telegrama de congratulações” para Biden, marcando sua vitória na eleição presidencial dos EUA e garantiu desejar uma cooperação mútua entre os dois países para resolver problemas globais, apesar das diferenças que guardam. O chefe de governo russo era um dos dois líderes do G20 que não havia enviado mensagem de felicitação para o candidato do partido democrata — o outro é Jair Bolsonaro. “Da minha parte, estou pronto para a interação e os contatos com você”, disse o presidente da Rússia.

No texto, em mais de uma oportunidade, Putin se refere a relação ruim entre os dois países nos últimos anos. Além disso, o presidente russo deseja sucesso a Biden e expressa confiança em uma guinada do status dos diálogos. “Rússia e EUA, que têm uma responsabilidade especial quando a segurança e a estabilidade globais podem, apesar das suas diferenças, contribuir realmente para resolver muito problemas e desafios que o mundo enfrenta atualmente”, garantiu. Putin disse que, com isto em mente, a cooperação baseada nos princípios de igualdade e respeito mútuo “serviria aos interesses dos povos de ambos os países e de toda a comunidade internacional”.

Putin ainda afirmou ter esperança de que a posição de Biden sobre o controle de armas seja um elemento importante para “uma possível interação futura”, já que no dia 5 de fevereiro expira o único acordo de redução de artefatos nucleares que está em vigor entre as potências globais, o Start III ou Novo Start. Até o momento, Rússia e Estados Unidos não conseguiram entrar em acordo sobre a extensão do pacto ou negociar os novos termos. Em outubro, Putin propôs a prorrogação do tratado por um ano sem condições, mas sem mencionar a possibilidade de um congelamento mútuo do arsenal nuclear — como é exigido pelos EUA.

Posteriormente, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia esclareceu que Moscou está preparada para dar este passo por 12 meses, se o pacto de redução de armas nucleares for prorrogado pelo mesmo período. Apesar das diversas denúncias nos últimos quatro anos de ingerência russa contínua nos EUA, Putin e Trump mantiveram uma boa relação pessoal. Isso é diferente do que acontecia entre o presidente russo e Barack Obama, que governou entre 2008 e 2016, tendo Biden como vice. Especialistas consideram que a chegada do democrata ao poder não melhorará as relações entre Moscou e Washington, que estão no pior momento desde a Guerra Fria.

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