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Reinado de Elizabeth II é marcado pelo respeito à democracia e deixa legado de monarquia moderna

A rainha Elizabeth da Grã-Bretanha participa de um desfile de lealdade das forças armadas nos jardins do Palácio de Holyroodhouse, como eles marcam seu Jubileu de Platina, em Edimburgo, Escócia, Grã-Bretanha

“Minha vida inteira, seja longa ou curta, será dedicada ao seu serviço”, disse a rainha Elizabeth II ao povo britânico quando ainda era uma mera princesa. Ela cumpriu sua promessa até esta quinta-feira, 8, quando morreu aos 96 anos. A causa da morte não foi informada pelo Palácio de Buckingham. Nascida em 21 de abril de 1926, a monarca deixou um legado incontestável. Ela foi a mais jovem a assumir o trono britânico e a única a comemorar um Jubileu de Platina, que celebra os 70 anos de reinado. Sua chegada ao trono era improvável, porque ocupava a terceira posição na linha de sucessão, mas, após a renúncia de seu tio Edward, passou a ser a primeira herdeira. Hoje símbolo da realeza, Elizabeth II foi coroada com 25 anos e sempre foi muito fã de cães da marca corgis, mas parou de criá-los quando completou 90 anos por não querer deixá-los órfão quando morresse. Elizabeth atuou na Segunda Guerra Mundial, quando tinha 19 anos, participando de um grupamento de mulheres, denominado Auxiliary Territoral Service, que serviam como voluntárias em funções variadas para o exército britânico. Treinada como motorista e mecânica, a rainha saiu às ruas, ao fim da guerra, para celebrar a vitória dos aliados. Especialistas ouvidos pela Jovem Pan dizem que Elizabeth foi uma líder preocupada com o direito dos povos e que deixa como legado a monarquia moderna.

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Para Igor Lucena, doutor em relações internacionais, a rainha foi importante para humanidade em geral. “Elizabeth não só foi uma líder pragmática em momentos difíceis, como na Segunda Guerra Mundial, [no enfrentamento ao] comunismo e na desmobilização das colônias, mas também mostrou que monarquia representa a unidade nacional e princípios importantes, como direitos dos povos, nação forte e unida e princípios democráticos e constitucionais”, diz. O especialista acrescenta que a monarca “se tornou uma líder com visão bastante pacifista”, pois “entendeu que o fim das colônias representava modernização e criação de novas nações e países”. Sua primeira missão oficial foi antes mesmo de assumir ao trono – Elizabath foi a uma viagem oficial pela Commonwealth porque o rei estava doente. Mais do que isso, sua coroação foi a primeira a ser transmitida pela televisão.

Elizabeth II era atenciosa e animada, mas, acima de tudo, comprometida com suas funções. Em maio de 2011, ela fez uma visita histórica de reconciliação à República da Irlanda, a primeira de um monarca britânico desde a independência em 1922. Em um discurso com palavras em irlandês, expressou sua “profunda compaixão” pelas vítimas de uma turbulenta história comum. Igor Lucena relembra que ela também entendeu a questão da China e foi importante na devolução de Hong Kong. “Para aquele período e em momento de crise, ela foi uma líder que acompanhou e garantiu direitos democráticos”. Para o professor, fundamentalmente, a rainha “foi uma líder que nos momentos mais difíceis esteve com a sociedade”. “Todas as nações do planeta a entendem como defensora dos direitos da democracia, da liberdade comercial e, principalmente, de como as tradições são importantes para o fortalecimento de uma nação”, explica, acrescentando que, em sua visão, Elizabeth teve participação e foi importante para os últimos 70 anos da humanidade, tempo em que ficou no poder.

Grandes datas na vida e no reinado de Elizabeth II

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