Repressão aumenta à medida que protestos contra o golpe militar continuam em Myanmar
Autoridades proibiram reuniões com mais de cinco pessoas, decretaram toque de recolher e passaram a utilizar jatos de água, bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha contra os manifestantes
O quarto dia de protestos contra o golpe militar no Myanmar foi marcado por um aumento na repressão policial. Nesta terça-feira, 9, os agentes de segurança utilizaram balas de borracha, gás lacrimogênio e jatos de água para dispersar os manifestantes. Até o momento, o número de feridos não foi divulgado. A violência coincide com a proibição das reuniões com mais de cinco pessoas, além do decreto de lei marcial e toque de recolher em algumas partes do país. Antes, as autoridades que estão comandando o país já tinham bloqueado a internet e o acesso às redes sociais Facebook e Twitter. Nenhuma dessas ações, no entanto, desestimulou centenas de milhares de pessoas de irem às ruas nos últimos dias, a maioria pedindo por democracia e pela libertação dos principais presos políticos, o presidente eleito Win Myint e a líder do partido democrático Aung San Suu Kyi.
Desde que conquistou a sua independência do Reino Unido em 1948, o Myanmar vivencia um caos político e social. A súbita ausência de um poder centralizado levou a um primeiro golpe militar em 1962 que foi seguido de quase 50 anos de perseguição política e abusos de poder, incluindo assassinatos, torturas, violência sexual, escravidão, trabalho infantil e tráfico humano. Nesse período, e também nos momentos que antecederam as primeiras eleições democráticas do país em décadas, os protestos populares eram reprimidos com truculência por parte da polícia.
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