Republicanos temem consequências políticas após derrota em lei de saúde

  • Por Estadão Conteúdo
  • 29/07/2017 15h52 - Atualizado em 29/07/2017 15h53
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EFE Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump viu fracassar mais uma tentativa de derrubar o Obamacare

Os republicanos em Washington podem estar prontos para seguir em frente após a derrota na lei de cuidados de saúde, mas conservadores dos Estados Unidos estão alertando o Congresso liderado pelo Partido Republicano a não abandonar a promessa de revogar a lei da era Obama, caso contrário arriscarão um pesadelo político nas eleições do próximo ano.

O fracasso do Senado na semana passada em aprovar a revogação da legislação de saúde enfureceu a base republicana e desencadeou uma nova onda de temores. O colapso expôs um partido paralisado pela divisão ideológica que não conseguiu cumprir a principal promessa de campanha.

Depois de dedicar meses ao debate e sete anos à promessa de acabar com o Ato de Cuidados com a Saúde, o líder da maioria do Senado, Mitch McConnell (Partido Republicano, do Kentucky), afirmou: “É hora de seguir em frente”. Mas isso simplesmente não é uma opção para uma base conservadora energizada pela oposição à lei da saúde. Líderes do partido, ativistas e agentes políticos estão prevendo uma resposta da população aos legisladores republicanos se eles não voltarem a tentar derrubar a lei.

“Esta é uma falha épica para os republicanos”, disse Tim Phillips, presidente do Americans For Prosperity, o braço político da rede conservadora dos irmãos Koch. “A falha em cumprir sua promessa vai prejudicá-los. Com certeza.”

A União Conservadora Americana criticou os três senadores republicanos que bloquearam a revogação da lei. Um comitê de ação política apoiado por Trump não descartou a exibição de anúncios contra republicanos que não cooperaram, a exemplo do que ocorreu recentemente contra o senador Dean Heller (Partido Republicano, Nevada).

Há opções limitadas para punir diretamente os senadores renegados – John McCain, do Arizona, Lisa Murkowski, do Alasca, e Susan Collins, do Maine. Nenhum dos três concorrerá à reeleição. McCain, cujo voto contrário matou o projeto dos Republicanos, está em seu último mandato no cargo, tem câncer no cérebro e dificilmente será influenciado por ameaças eleitorais

Ainda assim, uma ampla desilusão entre os eleitores conservadores poderia ter um impacto além de apenas alguns senadores. Uma participação baixa poderia significar um problema para todos os republicanos. Democratas precisam de 24 assentos para tomar o controle da Câmara dos Representantes, o que poderia alterar de forma dramática os dois últimos anos do governo Trump.

“Se você olhar para distritos competitivos, distritos que mudam de um lado para o outro ou distritos onde os republicanos podem enfrentar desafios nas primárias, isso é algo que será uma questão eleitoral potente”, disse o pesquisador republicano Chris Wilson sobre a falha em repelir a lei de saúde. “Eu não acho que isso seja algo que os eleitores esquecerão.”

Uma pesquisa da CNN divulgada na semana passada apontou que 83% dos republicanos favorecem alguma forma de revogação, enquanto apenas 11% dos republicanos querem que o partido abandone o esforço de revogação. Entre todos os adultos, 52% dos eleitores favorecem algum tipo de revogação, com 34% favorecendo a revogação apenas se houver uma substituição. “A pressão política sobre algo assim é real”, disse o estrategista do Partido Republicano Mike Shields. “Eu não acho que isso acabou.

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