‘Sexo menos impressionante que eu já tive’, revela Stormy Daniels sobre Trump

EFE/EPA/SHAWN THEW Ela descreve o pênis de Trump como "menor que a média", mas "não assustadoramente pequeno"

A atriz pornográfica Stormy Daniels detalhou seu relacionamento com o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um livro de memórias que publicará em breve.

Uma cópia da publicação, chamada Full Disclosure e sem tradução para o português, foi obtida pelo jornal britânico The Guardian.

Nele, a atriz narra a vez que manteve relações sexuais com o presidente dos EUA. “Ele sabe que tem um pênis incomum. Tem uma enorme cabeça de cogumelo. Eu fiquei lá, irritada por estar sendo f***** por um cara com púbis de Yeti (Abominável Homem das Neves) e um p** como o personagem cogumelo em Mario Kart. Pode ter sido o sexo menos impressionante que eu já tive, mas claramente, ele não compartilhou essa opinião”, escreveu.

Com um retrato intensamente íntimo de um Trump inseguro, o livro chega depois de semanas em que a Casa Branca tem lutado para desbancar o retrato de um presidente incompetente em outro livro, “Fear: Trump in the White House” de Bob Woodward, e desmascarar um editorial escrito por um funcionário anônimo da administração, alegando que os subordinados rotineiramente ignoram e subvertem as ordens do presidente.

A proliferação de narrativas contundentes foi chamada pela Casa Branca de histórias inventadas, flutuando como uma distração de suas realizações, afirma Trump. Mas, seu índice de aprovação parece estar caindo, com média de 30%, uma baixa histórica para os presidentes em um estágio similar em seus primeiros termos.

As opiniões sobre a presidência de Trump são escassas no livro, mas quando Daniels conta uma história sobre o presidente agitado sobre um plano de campo de golfe, ela observa: “Não havia nada que o fez parecer petulante e propenso a birras como ele tem sido presidente”.

O cerne do livro segue a decisão de Daniels de ir a público com sua história sobre Trump pouco antes da eleição, depois de anos escondendo o caso de seu então marido. Tornar-se público significava que ela e sua filha seriam menos vulneráveis ​​a ataques, ela argumentou. Daniels falou de uma história que contou em outro lugar: foi abordada por um homem grande em um estacionamento, em 2011, e advertida para não contar a história sobre Trump. O republicano disse que a história do estacionamento é mentira.

Daniels também descreve a sua crescente descrença quando Trump começou a ganhar concursos primários em 2016 para a indicação presidencial republicana. Os ex-colegas de elenco, de quem ela não tinha notícias há anos, mas que haviam ouvido sua história sobre dormir com o presidente, em 2006, ligaram para ela para se maravilhar com a notícia. “Isso nunca vai acontecer, eu diria”, escreveu Daniels. “Ele nem quer ser presidente”.

Mas como Trump continuou ganhando, escreveu, começou a pensar que ela poderia estar em perigo. A história que ela tinha para contar sobre Trump parecia  cada vez mais sensível. Daniels já havia sido ameaçada uma vez, anos antes, e foi alertada para nunca contar a história sobre Trump, ela afirmou.

Esses momentos de medo e dúvida – e a decisão de Daniels na véspera da eleição de assinar um acordo de 130 mil dólares – mantêm uma descrição detalhada do suposto encontro da atriz com Trump em um torneio de golfe em Lake Tahoe, na Califórnia. No livro, Daniels escreve em detalhes sobre o órgão genital do presidente e descreve seu desgosto por deixar a cena se desenrolar.

Ela continuou a atender os telefonemas do presidente, na esperança de que ele cumprisse sua promessa de colocá-la em seu reality show, The Apprentice (versão americana de “O Aprendiz”), escreve Daniels. Trump sugeriu que uma fraude poderia ser organizada para permitir que ela sobrevivesse a mais episódios do programa.

“Vamos descobrir uma maneira de obter os desafios de antemão”, disse Trump segundo a atriz.”Ele ia me enganar, e foi 100% sua ideia”.

Sempre que ela via Trump na televisão, anos depois, escreve Daniels, um monólogo interno se desenrolava: “Eu fiz sexo com isso”.

Trump negou qualquer caso com Daniels, apesar de admitir ter reembolsado pessoalmente seu advogado pessoal, Michael Cohen, pelo dinheiro que Daniels recebeu no acordo secreto.

Começando com a juventude de Daniels como uma menina chamada Stephanie Clifford, crescendo em Baton Rouge, no estado de Louisiana, o livro Full Disclosure conta uma história vívida de pobreza infantil, negligência e abuso, incluindo o abuso sexual por um homem de meia-idade que começou quando ela tinha nove anos de idade. As histórias são intercaladas com momentos de luz como seu tempo com um amado cavalo de estimação e uma paixão por Patrick Swayze tão intensa que ela beijou um buraco em seu pôster de Dirty Dancing (Ritmo Quente em português).

“O baralho sempre foi empilhado contra mim”, ela escreve, mas: “Eu possuo minha história e as escolhas que fiz.”

O livro de memórias narra as primeiras experiências de Daniels como stripper, quando ainda estava no ensino médio, e como ela invadiu a indústria pornográfica e se tornou uma premiada diretora, escritora e estrela.

Foi nesse papel que a atriz participou de um torneio de golfe de celebridades em Lake Tahoe, em 2006, onde ela e dois colegas receberam os golfistas. Lá ela viu Trump: “Ele tinha um boné vermelho, um emblema de Trump como um espaço reservado para o slogan do MAGA (Make America Great Again) que nenhum de nós poderia ver chegando”.

O guarda-costas do presidente convida Daniels para jantar, o que acaba sendo um convite para a cobertura de Trump, ela escreve, em uma descrição de supostos eventos que a atriz divulgou anteriormente, mas que no livro são apresentados com detalhes novos e chocantes. Ela descreve o pênis de Trump como “menor que a média”, mas “não assustadoramente pequeno”.