Sri Lanka forma novo governo e usa força policial para dispersar manifestantes

Nove pessoas foram presas e duas ficaram feridas; ação gerou preocupação internacional

  • Por Jovem Pan
  • 22/07/2022 17h49
Arun SANKAR / AFP sri lanka Manifestante agita uma bandeira do Sri Lanka perto de barricadas policiais durante uma marcha de protesto em direção ao escritório da Secretaria Presidencial contra o presidente do Sri Lanka

As forças do Sri Lanka recuperaram nesta sexta-feira, 22, em uma operação violenta que despertou preocupação na comunidade internacional, o último prédio ocupado por manifestantes antigoverno em Colombo. Equipados com material antidistúrbios, a polícia e os militares removeram as barricadas que bloqueavam a entrada principal do palácio presidencial, parcialmente invadido por manifestantes no início de julho. Ativistas da campanha contra o ex-presidente Gotabaya Rajapaksa ocupam esta área desde 9 de julho, quando invadiram o palácio presidencial e o forçaram a fugir do país e renunciar. “Nove pessoas foram presas”, das quais “duas ficaram feridas” durante a operação de despejo, informou a polícia em comunicado.

Testemunhas informaram que os militares detiveram várias pessoas e destruíram as barracas montadas ao longo da avenida que conduz ao palácio, enquanto a polícia bloqueava as ruas adjacentes para impedir a chegada de novos manifestantes. Soldados também foram vistos atacando civis, incluindo jornalistas, com cassetetes enquanto avançavam em direção a grupos de manifestantes reunidos no local. O novo presidente, havia alertado os manifestantes que a ocupação de prédios estatais era ilegal e que eles seriam despejados. Ranil Wickremesinghe declarou estado de emergência, dando às forças armadas e à polícia amplos poderes para deter suspeitos por longos períodos sem a necessidade de acusá-los.

O líder da influente Ordem dos Advogados do Sri Lanka, Saliya Peiris, condenou a ação militar e alertou que prejudicaria a imagem internacional do novo governo. “O uso desnecessário de força bruta não ajudará este país e sua imagem internacional”, alertou Peiris em comunicado. Ele indicou que várias pessoas, incluindo um advogado, foram detidas pela polícia. Não foi só ele que se opôs aos ataques, líderes internacionais também se pronunciaram sobre o ocorrido. A embaixadora dos Estados Unidos em Colombo, Julie Chung, expressou sua “profunda preocupação” com esta operação militar. “Pedimos às autoridades que tenham moderação e forneçam atendimento médico imediato aos feridos”, tuitou. O representante diplomático canadense, David McKinnon, disse que “é crucial que as autoridades exerçam moderação e evitem a violência”. A Anistia Internacional exortou as autoridades do Sri Lanka a respeitar a dissidência e condenou o uso da força contra jornalistas, incluindo um fotógrafo da BBC, que cobriam a operação militar.

*Com informações da AFP

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