Sudão amanhece de luto após sete pessoas morrerem em protestos contra golpe de estado
Polícia nega que tenha atirado contra participantes de protestos e diz que general foi esfaqueado; 71 pessoas morreram desde outubro em ocasiões do tipo
Um dia após sete pessoas que protestavam contra o golpe de Estado do general Abdel Fatah al Burhan no Sudão morrerem, comércios, estradas e universidades amanheceram fechados em Cartum e seus subúrbios, onde foi decretada “desobediência civil” nesta terça-feira, 18. No bairro movimentado de Bourri, as forças de segurança tentavam romper as barricadas com bombas de gás lacrimogêneo, sem impedir que os jovens manifestantes retornassem aos seus refúgios construídos com ramos e pedras, segundo testemunhas. “Loja fechada pelo luto”, proclama uma série de faixas penduradas nas portas fechadas dos comércios em Al Sajane, enorme mercado atacadista para materiais de construção em Cartum, totalmente paralisado. Um de seus comerciantes, Othmane Al Sherif, morreu baleado na segunda-feira, 17, em um dos dias mais violentos desde o golpe de Estado do general Abdel Fattah Al Burhane em 25 de outubro. A polícia afirma que os manifestantes esfaquearam um de seus generais. Embora poucas manifestações tenham acabado sem mortes desde outubro, a de segunda-feira foi particularmente violenta. As forças de segurança teriam usado pela primeira vez suas armas pesadas e não hesitaram em abrir fogo, segundo testemunhas no local e o conjunto de chancelarias ocidentais. No entanto, a polícia continua afirmando nesta terça-feira que nunca disparou. Desde o golpe de Estado, 71 manifestantes morreram.
*Com informações da AFP
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