Ucrânia tem acesso a caixas-pretas e ministro adota cautela sobre investigação
O governo ucraniano também informou que não descarta nenhuma versão especulada por outros governos e trabalha para solucionar ‘todas as causas da tragédia da maneira mais justa e imparcial’
A Ucrânia teve acesso às caixas-pretas do Boeing 737-800 da companhia Ukranian International Airlines que caiu na quarta-feira (8) com 176 pessoas a bordo no Irã, mas mantém cautela sobre o que fez o avião cair pouco após decolar no aeroporto internacional de Teerã.
“Atualmente não dispomos de motivos suficientes para afirmar que entre os destroços do avião há algum tipo de substância que nos indique um atentado terrorista ou uma, digamos assim, catástrofe não natural”, disse nesta sexta o ministro das Relações Exteriores do país do leste europeu, Vadym Prystaiko, em entrevista coletiva.
Prystaiko ressaltou que o governo da Ucrânia “não descarta” nenhuma versão especulada, tanto a de uma falha técnica ou humana, uma explosão interna ou o impacto de um projétil, como denunciaram Estados Unidos e Canadá.
“Não estamos trabalhando com alguma das versões. Cogitamos todas as versões. Nosso principal objetivo é estabelecer todas as causas da tragédia da maneira mais justa e imparcial. E, se há culpados, encontrar os culpados”, declarou.
Prystaiko, que lembrou a queda de um avião malaio em 2014 com quase 300 pessoas a bordo na região de Donbass, anunciou planos para “criar uma coalizão internacional para investigar o incidente”.
Segundo o ministro, se for provado que “o avião foi abatido”, então Kiev responsabilizará “todos os culpados” e exigirá uma compensação financeira.
Prystaiko salientou que as autoridades ucranianas vão analisar cuidadosamente o vídeo que mostra um objeto voador alegadamente supostamente atingir um avião que seria o da Ukrainian International Airlines que caiu em Teerã.
O chefe do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), Ivan Bakanov, também falou sobre a possibilidade de um míssil lançado por um sistema russo TOR-M1 ter atingido a aeronave, mas argumentou que essa versão também levanta muitas questões relacionadas ao funcionamento da bateria russa e o alcance do míssil.
“A questão é muito importante para tirar conclusões precipitadas”, afirmou. Por sua vez, Prystaiko frisou que especialistas ucranianos já tiveram acesso às caixas-pretas do 737-800 e poderão analisar as conversas entre os pilotos e a torre de controle em Teerã.
“Tivemos acesso a destroços do avião, ao local do incidente… às caixas-pretas, com as quais esperamos começar a reconstrução das conversas em breve”, explicou.
O ministro admitiu que está conversando com as autoridades iranianas sobre o local onde as caixas-pretas serão analisadas e ressaltou que a Ucrânia quer que seja em seu próprio território, já que o avião pertencia a uma empresa do país.
Prystaiko também negou relatos de que o Irã não estaria colaborando com a Ucrânia para esclarecer as causas do desastre aéreo e lembrou que os destroços estão espalhados “por uma grande região, incluindo uma área povoada”.
*Com informações da EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.