União Europeia encontra 29 milhões de doses da ‘vacina de Oxford’ em fábrica na Itália
A descoberta gerou indignação entre as autoridades europeias, já que a AstraZeneca não está cumprindo os prazos de entrega estipulados no contrato de venda com o bloco econômico
Uma inspeção da União Europeia encontrou um estoque de 29 milhões de doses da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford em uma fábrica na cidade de Anagni, na Itália. A instalação é administrada pela empresa norte-americana Catalent, responsável por produzir as doses finais do imunizante. A descoberta desta quarta-feira, 24, gerou indignação entre as autoridades europeias, já que a campanha de vacinação do bloco econômico foi ultrapassada pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos devido aos atrasos nas entregas da AstraZeneca. A farmacêutica sueco-britânica havia se comprometido a entregar à União Europeia 90 milhões de doses no primeiro trimestre deste ano, mas informou depois que só 40 milhões estariam disponíveis. No fim, acabou entregando apenas 30 milhões, um terço do contratado. Para o segundo trimestre, o contrato prevê 180 milhões de doses, mas a fabricante deve entregar 70 milhões.
Apesar de não estar cumprindo seu contrato com a União Europeia, a AstraZeneca mantém fábricas em toda a Europa que têm produzido e exportado milhões de doses para os mercados estrangeiros. Com a descoberta de 29 milhões de vacinas na fábrica italiana, o bloco econômico afirma estar preparado para adotar uma legislação de emergência que impeça a exportação do lote caso ele não seja destinado aos seus próprios países-membro. Anteriormente, 250 mil doses da AstraZeneca já foram impedidas de deixar a Itália com destino à Austrália. De acordo com o jornal norte-americano The New York Times, a farmacêutica garantiu que dentre os produtos encontrados na instalação da Catalent, 16 milhões seriam para a União Europeia e 13 milhões para o Covax, programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que distribui vacinas contra Covid-19 aos países mais pobres.
AstraZeneca reduz eficácia da vacina contra Covid-19
A AstraZeneca reduziu a eficácia da sua vacina contra o novo coronavírus de 79% para 76% após a atualização de um estudo realizado nos Estados Unidos, no Chile e no Peru com mais de 32 mil voluntários. Os resultados, que são muito parecidos aos originais, também indicam uma eficácia de 85% contra casos sintomáticos da Covid-19 entre os maiores de 65 anos e de 100% contra casos graves da infecção contra internações em hospitais. A revisão foi solicitada pelo governo norte-americano, que comprou 300 milhões de doses da vacina de Oxford, mas ainda não autorizou o seu uso. Na semana passada, diversos países europeus suspenderam por alguns dias o uso do imunizante após o registro de casos de trombose em pessoas que tinham sido imunizadas recentemente. No entanto, a campanha foi retomada em grande partes das nações depois que a Agência Europeia de Medicamentos indicou não existir relação direta entre a vacinação e problemas de coagulação no sangue.
Duas pessoas morrem na Ucrânia após receber ‘vacina de Oxford’
As autoridades de saúde da Ucrânia informaram nesta quarta-feira, 25, que dois militares morreram nos últimos dias após receber a vacina contra Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca. Segundo dados preliminares, um deles tinha problemas cardíacos crônicos e morreu em decorrência de um derrame cerebral. Ele não tinha alergia a nenhum dos componentes do imunizante e não reportou desconforto após ter sido inoculado. A segunda vítima era uma mulher que perdeu a consciência e, apesar das tentativas de reanimação pelos serviços de emergência, morreu de trombose.
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