Obama e Raúl Castro falaram por telefone sobre normalização de relações

  • Por Agencia EFE
  • 17/12/2014 16h07
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Washington, 17 dez (EFE).- Os presidentes de Estados Unidos e Cuba, Barack Obama e Raúl Castro, conversaram na segunda-feira por telefone para fechar o acordo pelo qual os dois países se comprometeram a iniciar um diálogo para restabelecer suas relações diplomáticas, disseram hoje funcionários de alto gabarito da Casa Branca.

Em uma conferência por telefone, os funcionários disseram que Obama e Raúl Castro dialogaram durante aproximadamente uma hora. Este foi o primeiro contato entre os líderes dos dois países em mais de meio século.

Os funcionários revelaram também que as conversas secretas entre as delegações governamentais dos dois países para debater a normalização das relações começaram há meses e que o Canadá sediou a maioria das reuniões.

O ex-presidente cubano Fidel Castro “não participou das discussões” de forma direta, mas autorizou sua equipe a negociar.

O Vaticano também facilitou os contatos, recebendo delegações dos dois países, e o papa Francisco se envolveu pessoalmente nas negociações com o envio de cartas a Obama e a Raúl Castro, nas quais defendia a libertação do americano Alan Gross e dos três espiões cubanos presos nos EUA

Graças a esse processo, os dois países se comprometeram a iniciar um diálogo sobre o restabelecimento de suas relações diplomáticas que incluirá a abertura, dentro de alguns meses, de embaixadas em Havana e Washington.

Funcionários do governo americano afirmaram que a decisão de Obama representará a mudança mais significativo na política americana para com Cuba “em mais de 50 anos”, pois o presidente dos Estados Unidos acredita que as medidas de aproximação com Cuba são “uma ferramenta melhor que o isolamento” ao qual a ilha foi submetida nas últimas décadas.

As medidas incluem a flexibilização das restrições às viagens e o comércio entre EUA e Cuba, assim como das remessas que os cubanos recebem a partir do território americano, segundo as fontes.

Os EUA decretaram em 1961 um embargo econômico unilateral sobre Cuba que se mantém até hoje e cuja suspensão depende da aprovação do Congresso americano, algo improvável neste momento.

Além disso, Obama pediu a seu secretário de Estado, John Kerry, que revise a inclusão de Cuba na lista de países que os Estados Unidos consideram patrocinadores do terrorismo. EFE

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