Ofensiva israelense em Gaza deixa 392 crianças mortas, segundo Unicef

  • Por Agencia EFE
  • 05/08/2014 08h03
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Genebra, 5 ago (EFE).- Os bombardeios do exército de Israel em Gaza deixaram 392 crianças mortas e 2.502 feridas, segundo a Unicef, que calcula em 370 mil o número de menores que necessitam urgentemente de ajuda psicológica.

“A ofensiva teve um impacto catastrófico e trágico nas crianças. Se levarmos em conta o que estes números representam para a população de Gaza, é como se tivessem morrido 200 mil crianças nos Estados Unidos”, afirmou Pernille Ironside, chefe da Unicef em Gaza.

Ironside ressaltou que não há eletricidade e que os sistemas de água potável e saneamento não funcionam, por isso o perigo de doenças transmissíveis e de diarreia -que pode ser fatal em menores de cinco anos- é iminente.

“É preciso se levar em conta o tamanho da Faixa de Gaza, são 45 quilômetros de comprimento por entre seis e 14 de largura. Não há uma só família que não tenha sido diretamente afetada por alguma perda”, disse.

“A destruição é total. Usaram armamentos horríveis que provocam terríveis amputações. E isto se passou na frente dos olhos das crianças, que viram morrer seus amigos e seus pais”, afirmou a funcionária.

Por isso a Unicef calcula que 370 mil crianças necessitarão ajuda psicológica para superar o trauma.

“Levemos em conta que uma criança que tem sete anos já passou por três ofensivas, a de 2008-2009, a de 2012 e a de agora. Imaginem o impacto que isso pode ter tanto nas crianças menores como nas quais já entendem o que isso significa”, afirmou.

“Há pessoas que não têm acesso à água há várias semanas. Já se detectaram problemas de pele e tememos que apareçam casos de diarreia, o que só levaria a mais mortes de crianças”, lamentou.

Os bombardeios israelenses afetaram 142 escolas em Gaza, incluídas 89 da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), enumerou Ironside, que lembrou os ataques diretos a três colégios da ONU.

A funcionária disse que serão necessárias “centenas e centenas de milhões de dólares” para reconstruir o que foi destruído duas vezes, “embora desta vez tenha sido pior do que das outras duas juntas”.

“Quem pagará a fatura? De novo a comunidade internacional, ou será a força ocupante que perpetrou a destruição?”, questionou.

Para Ironside, o futuro das crianças em Gaza é “desalentador”.

“Ninguém deve se surpreender se algumas crianças palestinas tomarem um caminho mais extremo. É nossa responsabilidade evitar que isto ocorra”, concluiu. EFE

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