OMS cria novas diretrizes para combater hepatite B
Genebra, 12 mar (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou nesta quinta-feira novas regras para lutar contra a hepatite B, doença que a entidade classifica como “pandemia” e que considera que é preciso fazer mais para erradicá-la.
A cada ano, a hepatite causa 1,4 milhões de mortes, sendo que 650 mil se devem a dolências geradas diretamente pelo vírus da hepatite B. A hepatite é a inflamação do fígado, provocada na maioria das vezes por uma infecção virótica causada por cinco vírus principais: A, B, C, D, E. Os mais perigosos são os tipos B e C porque são os que podem desencadear em cirrose e câncer de fígado.
Calcula-se 240 milhões de pessoas no mundo convivam com o vírus B e 30% corram perigo de desenvolver cirrose ou câncer de fígado, porque dois terços desconhecem que possuem a doença, dado que nunca foram diagnosticadas.
Atualmente existem fármacos muito eficazes e se demonstrou que com medicação é possível evitar 80% os casos de câncer de fígado, o segundo mais fatal, depois do de pulmão. Perante este fato, a OMS elaborou o documento apresentado hoje com novas diretrizes para auxiliar os países a implantar políticas públicas de saúde para lutar contra esta doença.
“A hepatite B é uma pandemia e faltam compromisso e recursos o que faz com que ela fique quase esquecida. Por isso, são necessárias ações para enfrentar este problema”, afirmou em entrevista coletiva Gottfried Hirnschall, diretor do departamento de Aids da OMS e supervisor da área de hepatite.
De acordo com a diretora do Programa Mundial de Hepatite da OMS, Philippa Easterbrook, as novas normas são fáceis de ser aplicadas e adaptadas às condições dos países de rendas média e baixa, os que têm maior incidência da doença.
As diretrizes envolvem o cuidado do doente, determinam quem deve obter o tratamento, remédios a serem usados e como vigiar em longo prazo. Também há recomendações sobre como fazer exames não agressivos, dar prioridade aos doentes de cirrose, usar tenofovir e entecavir como os remédios mais eficazes para tratar a hepatite B crônica e fazer avaliações regulares para detectar o câncer de fígado.
As hepatites A e E podem ser contraídas na ingestão de água ou comida contaminadas. Já os tipos B, C ou D podem surgir por contato com fluidos corporais após compartilhamento de seringuas, transfusão de sangue ou na relação sexual envolvendo pessoas com a doença.
Para os vírus A e B há vacinas, e desde a implantação da recomendação de imunização de todas as crianças contra o vírus tipo B 74% dos menores no mundo a obtiveram. No caso da hepatite B a mãe também pode transmitir ao filho o vírus, por isso é recomendada a vacinação do recém-nascido. EFE
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