Onda de violência xenófoba na África do Sul deixa 1 morto e quase 70 detidos
Johanesburgo, 22 jan (EFE).- Uma pessoa morreu e cerca de 70 foram detidas na onda de violência xenófoba vivida pelo antigo gueto negro de Soweto (Johanesburgo) desde a última segunda-feira, quando começou o saque de negócios geridos por estrangeiros, após a morte de um adolescente sul-africano pelas mãos de um merceeiro paquistanês.
A Polícia informou hoje que a vítima morreu após levar um tiro ontem à noite, enquanto a imprensa local apontou como suposto responsável do crime um merceeiro da Somália que abriu fogo em defesa própria.
Segundo explicaram, uma loja propriedade de imigrantes somalis foi incendiada ontem à noite, quando aconteceram diversos atos de pilhagens em comércios de pessoas de origem estrangeira, que tiveram que fugir da área diante da ameaça das pessoas revoltadas.
A violência começou na segunda-feira depois que um comerciante paquistanês matou com um disparo um adolescente sul-africano de 14 anos, que supostamente tinha apedrejado e tentado saquear a loja junto com outros moradores.
Desde então, 81 lojas foram saqueadas e a Polícia deteve cerca de 70 pessoas, entre as quais figuram comerciantes estrangeiros que tinham em seu poder armas de fogo ilegais e documentos de identidade falsos, assim como dezenas de moradores de Soweto (a maior township da África do Sul) que atacaram propriedades de imigrantes.
Os atos de pilhagem e violência contra donos de lojas estrangeiros continuam hoje e a Polícia utilizou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dissolver os arruaceiros.
Imigrantes de países como Somália, Etiópia e Paquistão são donos de boa parte dos negócios que operam nas townships (antigos guetos negros) sul-africanos.
Acusados frequentemente de tirar o trabalho dos locais e de não ter documentos, os estrangeiros são vítimas frequentes de pilhagens e ataques xenófobos.
O pior episódio de violência contra estrangeiros que a África do Sul viveu em sua história recente ocorreu em 2008, quando mais de 50 pessoas, em sua maioria imigrantes, foram assassinadas em incidentes xenófobos. EFE
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