Oposição na Argentina pede utilização de cédula única para próximas eleições

  • Por Agencia EFE
  • 27/08/2015 23h18
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Buenos Aires, 27 ago (EFE).- Os principais blocos de oposição no parlamento da Argentina pediram nesta quinta-feira a implementação de uma cédula única para as eleições presidenciais de outubro, depois das denúncias de irregularidades nos pleitos já realizados neste ano pelo país.

Deputados e senadores das alianças Mudemos, Unidos por uma Nova Argentina e dos Progressistas reconheceram, no entanto, que não têm os votos suficientes no Congressos para promover uma reforma legal que permita a utilização do sistema de voto eletrônico.

Em entrevista coletiva, os parlamentares opositores propuseram que as eleições presidenciais sejam feitas por meio de cédula única, similar à usada na província de Santa Fé, na região central do país. Atualmente, cada partido tem sua própria cédula em nível nacional.

“Há muito tempo que estamos trabalhando em diferentes setores da oposição para que o sistema eleitoral mude”, disse a senadora Gabriela Michetti, do Partido Proposta Republicana, que integra a aliança de oposição Mudemos.

Por sua vez, a deputada Patricia Bullrich, também da Mudemos, disse que “a Câmara Nacional Eleitoral pode tomar a decisão de aprovar cédulas únicas” nas eleições gerais de outubro.

O pedido dos parlamentares ocorre um dia depois de três dos cinco candidatos de oposição que disputarão à presidência terem promovido um ato conjunto em Buenos Aires para exigir mudanças no sistema eleitoral para o próximo pleito.

Mauricio Macri, da Proposta Republicana, Sergio Massa, do grupo peronista dissidente Frente Renovadora, e Margarita Stolbizer, do bloco centro-esquerdista Gene, se uniram para pedir ao governo que garanta a transparência e tome medidas para evitar incidentes como os ocorridos na província de Tucumán no último domingo.

Foram registradas urnas queimadas e várias acusações de fraude no pleito em benefício dos candidatos governistas. O governo da Argentina rebateu as críticas, classificando como “loucura” o pedido dos candidatos de oposição.

“Faltam 50 dias. Não se pode mudar de cavalo na metade do rio”, disse o chefe de gabinete da presidente Cristina Kirchner, Aníbal Fernández, durante sua entrevista diária à imprensa.

“O governo não pode reformar o sistema eleitoral. Mesmo se fizéssemos, com toda boa vontade, coisa que me aparece uma aberração do ponto de vista jurídico, a reforma cairia imediatamente em por uma medida cautelar apresentada por um sensato qualquer. A Câmara Nacional Eleitoral a consideraria uma loucura”, afirmou.

As críticas ao atual sistema eleitoral têm se repetido nos últimos meses pelas polêmicas registradas em outras etapas do calendário eleitoral da Argentina em 2015.

Além das irregularidades detectadas em Tucumán, a oposição denunciou roubo de cédulas e votos não contabilizados nas primárias da província de Buenos Aires, também semeando suspeitas sobre o apertado triunfo do socialismo na província de Santa Fé. EFE

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