Oposição vai se reunir com líder eleito pelo exército em Burkina Fasso
Ouagadogou, 2 nov (EFE).- Líderes da oposição em Burkina Fasso vão se reunir na tarde deste domingo com o tenente-coronel Yacouba Isaac Zida, eleito ontem pelo exército para dirigir a transição após a renúncia do ex-presidente Blaise Compaoré.
A situação política no país continua confusa, principalmente depois que oposição, representantes da sociedade civil e de organizações internacionais rejeitaram a tomada do poder pelos militares.
A oposição, que ainda não definiu um líder, concordou em se reunir com Zida, antigo “número dois” da guarda presidencial de Compaoré. Antes, protestou nas ruas da capital Ouagadogou, pedindo que o exército não “confisque” o processo transitório.
Após as manifestações para exigir uma transição civil, um grupo proclamou como representante da oposição a presidente do Partido pela Democracia e a Mudança (PDC, na sigla em francês), Saran Sérémé.
Sérémé foi escoltada por manifestantes até a televisão pública de Burkina Fasso, a “RTB”, para que se declarasse como presidente interina, mas encontrou no local vários militares, informaram veículos da imprensa local.
Outros líderes da oposição desmentiram a nomeação e destacaram a reunião com Zida para abordar as direções da transição.
A missão conjunta das Nações Unidas, a União Africana (UA) e a Comissão da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao) exigiram na manhã de hoje uma transição civil.
As organizações internacionais e regionais se opuseram assim à tomada do poder por parte do exército, anunciou o chefe da missão conjunta, Mohammed Ibn Chambas.
Horas depois de sua nomeação, Zida anunciou a reabertura das proteiras do país, em crise desde a última sexta-feira por causa dos protestos que exigiam a renúncia de Compaoré.
Pelo menos três pessoas morreram durante os protestos nos quais se chegou a atear fogo ao parlamento na capital. No entanto, a imprensa local já elevou para 30 o número de vítimas fatais.
Uma relativa calma foi registrada nas últimas horas em Burkina Fasso, que reabriu as fronteiras aéreas. Segundo fontes oficiais, as escolas voltam a funcionar normalmente amanhã. EFE
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