Ouvidoria solicita participação do MP em investigação de chacina

  • Por Agência Estado
  • 04/01/2016 21h29
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SÃO PAULO,SP,15.07.2013:PRISÃO POLICIAIS CIVIS/OPERAÇÃO/PROPINA - Fachada da Corregedoria Geral da Polícia Civil, na Rua da Consolação, em São Paulo (S), nesta segunda-feira (15). Policiais Civis foram presos durante operação do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Civil acusados de receber até R$ 300 mil de propina de traficantes por ano. Segundo o MP, foram expedidos pela Justiça 13 mandados de prisão, que devem ser cumpridos ainda hoje, sendo onze contra integrantes ou ex-integrantes do Denarc. (Foto: Eduardo Ferreira/Futura Press/Folhapress) Eduardo Ferreira/Futura Press/Folhapress Polícia Civil - operação em 15 de julho

A Ouvidoria da Polícia de São Paulo solicitou que o Ministério Público Estadual (MP-SP) acompanhe as investigações da Polícia Civil na primeira chacina de 2016. Quatro homens foram mortos a tiros e outro ficou ferido no último sábado, 2, na frente de um bar em Guarulhos, na Grande São Paulo. Há suspeita de que o ataque tenha sido cometido para vingar o assassinato de um cabo da Polícia Militar, morto em um assalto na região dois dias antes.

O ofício foi enviado ao MP-SP, ao Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), ao qual são subordinadas as delegacias da Grande São Paulo, exceto capital, e à Corregedoria da Polícia Militar, que também apura o crime. “Pedimos para que o Ministério Público acompanhe de perto as investigações, não deixe só a polícia acompanhar”, explica o ouvidor Júlio César Neves. Apesar de ter sido registrado no 2º Distrito Policial de Guarulhos, o caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Segundo Neves, há indícios de participação de policiais no crime “Uma testemunha afirma ter visto uma viatura passar pelo local antes da chacina. Existe, realmente, a possibilidade de ser uma retaliação”, afirma. Ainda de acordo com ele, o declarante não pediu para ser incluído no programa proteção à testemunha, motivo pelo qual a solicitação não foi feita pela Ouvidoria. 

Chacina

As vítimas estavam na frente do Bar do Bebeto, localizado na Rua Domingos de Abreu, periferia de Guarulhos. Por volta da meia-noite, criminosos encapuzados desembarcaram de um carro preto, de quatro portas, e atiraram nos rapazes. O bando escapou em seguida.

Adriano José Silva Araujo, de 28 anos, foi atingido por três tiros na cabeça e um no ombro. Leonardo José de Souza, de 23, também foi alvejado na cabeça. Segundo a Polícia Civil, os dois tinham passagem por furto e tráfico de drogas. Um homem de 29 anos, baleado na mão e no tórax, também tinha antecedente por tráfico. Ele foi submetido a cirurgia e permanece internado. O seu estado de saúde não foi divulgado pelo hospital.

Hermes Augusto Inácio Moreira, de 19, baleado nas costas e no abdome, e Francisco Fernando Pereira Caetano, de 23, atingido por um tiro na cabeça, não tinham antecedentes. Os dois foram socorridos por moradores locais, mas morreram antes de receber atendimento médico.

Aos policiais, uma testemunha relatou que “dois ou três homens” participaram do crime e que o veículo dos assassinos seria um Chevrolet Fox. Os investigadores buscam imagens de câmeras de segurança na região para confirmar. O bar não tem sistema de monitoramento.

Uma das suspeitas da Polícia Civil é de que a chacina tenha sido motivada por vingança. Em 30 de dezembro, o cabo Felipe Rebelato Nocelli Ramalho, de 30 anos, do 5.º Batalhão da PM, foi morto após intervir em um assalto a uma autopeça, a 1,5 quilômetro do bar onde aconteceu a chacina.

O PM estava de folga e havia ido na loja comprar um farol. Houve troca de tiros e Ramalho acabou baleado. Ferido, o assaltante foi socorrido por um comparsa. Depois, o suspeito foi encontrado em um hospital em Itaquaquecetuba, onde segue internado sob acompanhamento policial. Ele teve a prisão temporária decretada pela Justiça.

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