Palestina levará caso de assassinato de bebê ao Tribunal Penal Internacional
Jerusalém, 31 jul (EFE).- A Palestina levará ao Tribunal Penal Internacional (TPI) o caso de assassinato do bebê que morreu nesta sexta-feira em um incêndio supostamente causado por colonos israelenses, disse à Agência Efe um funcionário palestino que pediu anonimato.
“Este caso será levado ao tribunal. A equipe jurídica palestina se reuniu com urgência nesta manhã para ver que medidas tomar em tribunais internacionais”, explicou a fonte.
Segundo ele, o caso do ataque de extremistas judeus nesta madrugada “pode se enquadrar em mais de uma categoria dos crimes que o tribunal estuda. Se for confirmado que está relacionado com a impunidade garantida pelo Estado israelense aos colonos, pode ser considerado um crime de guerra ou também contra a humanidade”.
“Todos os antecedentes do caso e os resultados da investigação serão entregues ao TPI”, acrescentou.
Xavier Abu Eid, porta-voz da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou à Efe que “os palestinos precisam de justiça”.
“Esses ataques ocorrem devido à impunidade que Israel garante aos colonos. Eles são responsáveis pelo que ocorre. Se esses colonos estão aí, é por uma decisão política de Israel. Estão protegidos por Israel, que agora não pode se surpreender com os crimes cometidos por uma cultura de ódio que eles mesmos implantaram”, acusou.
Israel ordenou manter o sigilo sobre as informações relativas à investigação do caso. Por enquanto, não foi anunciada a captura de suspeitos.
O ataque aconteceu nesta madrugada e a polícia informou que a principal suspeita é que se trata de colonos extremistas judeus que lançaram coquetéis molotov contra duas casas palestinas na cidade de Duma, perto de Nablus.
Além da morte do bebê, ficaram gravemente feridos no fogo seus pais e seu irmão de quatro anos, alguns com queimaduras em mais do 70% do corpo.
No lado exterior das paredes da casa incendiada foram pichadas mensagens em hebraico que diziam “Longa vida ao Messias”, “Vingança” e “Lista de preços”, expressão utilizada para assinalar que um dano aos colonos ou à colonização deve ser “pago” com outro dano aos palestinos.
Há vários anos, colonos extremistas seguem a estratégia de atacar civis palestinos e suas propriedades como vingança por decisões contra a colonização judaica da Cisjordânia. EFE
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