Palestinos dizem que negociação pode fracassar “a qualquer momento”
Cairo, 19 ago (EFE).- O membro da delegação palestina que negocia com Israel um cessar-fogo em Gaza e dirigente da Jihad Islâmica, Khaled al Batsh, advertiu nesta terça-feira que “as negociações poderiam desandar a qualquer momento”.
Em declarações à Agência Efe, Batsh explicou que a razão dessa possível retração é porque “Israel procura fazer fracassar as conversas e abalar a confiança entre a parte palestina e egípcia, devido a sua intransigência, à sua recusa em fazer concessões e de responder às reivindicações palestinas”.
Além disso, destacou que os palestinos aceitaram estender por mais um dia as conversas indiretas com Israel para dar mais tempo à mediação egípcia e pela “preocupação” que a delegação tem com seus compatriotas de Gaza.
“Esperamos que os esforços egípcios tenham sucessp e que se cumpram as exigências de nosso povo”, ressaltou Batsh.
O dirigente islamita responsabilizou o governo israelense por um acordo ainda não ter sido alcançado e pelas consequências que isso pode ter.
“Não chegamos a um acordo ontem devido aos obstáculos que Israel voltou a colocar. As negociações fracassariam ontem, mas as facções palestinas aceitaram estender a trégua por mais um dia, avaliando o sangue do povo e os interesses palestinos”, disse.
Apesar de tudo, assegurou que a delegação palestina está pronta para assinar um acordo de cessar-fogo, “mas não a qualquer preço, (já que) a assinatura deve se basear em um acordo que cumpra as aspirações, as esperanças e a luta do povo”.
O também membro da delegação negociadora palestina e dirigente do Hamas, Izzat al Reshq já tinha dito à Efe que “não se poderá alcançar nenhum acordo sem que se cumpram os objetivos do povo palestino”.
“Se o inimigo (israelense) não responde às exigências, todas as opções estão abertas para nosso povo”, advertiu.
Ontem à noite, o chefe da delegação palestina que negocia com Israel um cessar-fogo em Gaza, Azzam al Ahmad, negou que tenha havido avanço nas negociações entre as partes, que foram estendidas por mais 24 horas a pedido do Cairo.
Entre as principais reivindicações palestinas está a suspensão do embargo israelense sobre Gaza, a abertura de um aeroporto e de um porto, além das passagens fronteiriças da Faixa. EFE
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