PM dispersa protesto contra aumento no transporte antes de passeata começar

  • Por Agência Brasil
  • 12/01/2016 21h03
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SP - TARIFAS/SP/PROTESTO - GERAL - Manifestantes protestam durante o segundo ato convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento da tarifa do transporte público, na Avenida Paulista, em São Paulo, nesta terça- feira. No último sábado, 9, as tarifas de ônibus, metrô e trem subiram de R$ 3,50 para R$ 3,80, um aumento de 8,6%. 12/01/2016 - Foto: DANIEL SOBRAL/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO Agência Estado A Polícia Militar chegou a usar bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral

A manifestação contra o aumento das tarifas do transporte público coletivo de São Paulo foi dispersada pela Polícia Militar (PM) por volta das 19h30 de hoje (12), mesmo antes de começar a se deslocar em passeata.

Desde as 17h, os manifestantes se concentravam na Praça do Ciclista, localizada na Avenida Paulista. Eles pretendiam seguir até o Largo da Batata, na zona oeste, passando pelas avenidas Rebouças e Faria Lima. No entanto, o policiamento autorizou a manifestação a ser feita apenas em direção ao centro, passando pela Rua da Consolação até a Praça da República. De acordo com o comando da PM, não haveria negociação com os manifestantes para alteração do percurso definido pela corporação.

Por volta das 19h30, parte dos manifestantes tentou driblar o forte policiamento para seguir em direção ao Largo da Batata, correndo no sentido da Avenida Rebouças, momento em que a polícia começou a disparar bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral, e a bater com cassetetes nos manifestantes.

A polícia passou a disparar também contra a multidão que permanecia na Praça do Ciclista, o que gerou correria. Os ativistas ficaram encurralados, tendo de um lado policiais da Tropa de Choque disparando bombas e, de outro, um cordão de policiais que impedia a saída dos manifestantes da praça. A polícia chegou a atirar uma bomba na sacada de um apartamento na Avenida Paulista.

Assim como aconteceu na última manifestação, sexta-feira passada (8), após a ação da polícia, parte dos manifestantes passou a atirar objetos nos policiais, a destruir lixeiras e incendiar objetos na rua.

A ação da polícia de tentar definir o percurso que a manifestação deveria seguir não é comum nas manifestações do Movimento Passe Livre (MPL). Geralmente, os manifestantes fazem uma assembleia e definem o caminho a ser percorrido pela passeata. O percurso então é informado aos policiais, que passam a seguir os manifestantes na caminhada. No entanto, na manifestação de hoje, a polícia definiu uma única opção para que os ativistas fizessem o protesto: pela rua da Consolação, com destino à Praça da República.

O professor Pablo Ortellado, da Universidade de São Paulo (USP), que estava na manifestação e estuda os protestos de rua em São Paulo nos últimos anos, disse que esse tipo de ação da polícia foi usado em meados de 2014. “A polícia definir o caminho da manifestação ocorria nos protestos contra a organização da Copa do Mundo no Brasil”, lembrou Ortellado.

Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública, não informou o número de pessoas detidas e feridas durante a ação.

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