Polícia Militar começa a atuar no campus da USP
Começou nesta quarta-feira (9) o funcionamento do novo modelo de policiamento dentro do campus Butantã, da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital. Uma base móvel foi instalada perto de uma das entradas da Cidade Universitária e 34 policiais militares (PMs) estão encarregados do patrulhamento da área.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os policiais vão atuar exclusivamente dentro do campus, em um modelo de policiamento comunitário. A ideia é que haja uma aproximação da equipe com os alunos, professores e funcionários da universidade. O convênio entre a USP e a PM já estava planejado, mas foi firmado depois que um estudante foi baleado em tentativa de assalto perto do prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, no fim do mês passado.
Segundo o reitor da universidade, Marco Antonio Zago, os casos recorrentes de violência no campus fazem com que a presença da polícia seja necessária, apesar de historicamente rejeitada por alunos e professores. “Não podemos continuar expostos a essa violência porque nos apegamos a uma questão que é, em essência, não necessária neste momento, a de que a Cidade Universitária não pode ser frequentada por nenhum tipo de força policial”, disse Zago.
Para ele, é necessário confiar no funcionamento das instituições. “Claro que nenhum de nós esqueceu o que ocorreu nos períodos em que a universidade foi agredida, durante os governos militares. Isso ocorreu. Nenhum de nós esqueceu, alguns foram até vítimas disso. Não entanto, faz 25 anos que o país foi redemocratizado. Vivemos em uma democracia plena”, ressaltou.
A estudante Lina Rada, que faz pós-graduação em microbiologia, aprovou o policiamento. “Eu gosto por causa da segurança”, disse a jovem, de 29 anos, que admitiu se sentir insegura no campus. “Durante o dia, não. Mas, no fim da tarde e à noite, eu achava inseguro sair da USP, inclusive pelas saídas de pedestre. Você já ouviu tantos relatos de assalto, de arrastão, que fica com medo”, comentou.
Apesar de acreditar que a entrada da PM no campus era “inevitável”, Lígia Simões, que faz graduação em História, defende que outras medidas poderiam ter sido tomadas antes ou em conjunto com a ação policial. “Antes de chegar a isso, a gente precisava de coisas tão mais básicas, como a questão da iluminação. Até hoje é um problema que só quem pega ônibus sabe, principalmente à noite”, afirmou a estudante, de 24 anos.
Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil // Edição: Graça Adjuto
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