Policial envolvido em morte de estudante brasileiro depõe na Austrália

  • Por Agencia EFE
  • 01/12/2014 02h30

Sydney (Austrália), 1 dez (EFE).- Um dos policiais envolvidos na morte em 2012 na Austrália de um estudante brasileiro por descargas elétricas após uma perseguição, prestou depoimento nesta segunda-feira que sentiu medo por sua segurança e a de seus companheiros, informou a imprensa australiana.

Roberto Laudisio Curti, de 21 anos, morreu após receber 14 descargas elétricas ao ser rendido por uma dezena de policiais pouco após uma denúncia de roubo de dois pacotes de biscoitos em uma loja no centro de Sydney.

Pouco antes, o estudante tinha sofrido um episódio psicótico e estava correndo pelo centro da cidade sob os efeitos de LSD.

Na audiência de hoje, Eric Lim, um dos quatro policiais acusados no caso, declarou que temeu que o jovem o ferisse, já que antes de sua detenção seu comportamento era agressivo e fazia sons guturais, segundo a emissora local “ABC”.

Lim também disse ao juiz que contribuiu na detenção de Roberto e que utilizou seu cassetete para exercer pressão em suas pernas, mas que não viu como o jovem foi derrubado pelo taser.

Lim, junto a seus companheiros Damian Ralph, Scott Edmondson e Daniel Barling se declararam inocentes das acusações de agressão.

Em dezembro de 2013, a Comissão de Integridade da Polícia da Austrália anunciou sua decisão de acusar Lim e Ralph por agressão comum, e Edmondson e Barling por agressão com agravante de haver causado lesão corporal.

A decisão foi tomada depois que a Promotoria do estado de Nova Gales do Sul recomendasse processar os agentes ao considerar que existem provas suficientes para acusá-los, após avaliar um relatório da própria comissão policial.

Um relatório legista sobre a morte de Roberto determinou em novembro de 2012 que os agentes atuaram de forma brutal, imprudente e perigosa ao deter o jovem utilizando pistolas elétricas taser e aerossóis paralisantes de pimenta.

As pistolas elétricas, que causam descargas de 400 volts, são utilizadas pelas forças de segurança em países como Austrália, Reino Unido e Estados Unidos para render o agressor em situações que não justificam o uso de armas de fogo.

No entanto, organizações como a Anistia Internacional denunciam que os taser já causaram dezenas de mortes e além disso podem ser utilizadas para torturar os detidos. EFE

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