Advogado de Torres evita confronto com Moraes e atribui problema com senhas a ‘falha técnica’
Eumar Novacki disse ainda que STF ‘agiu corretamente’ após os atos de 8 de Janeiro: ‘Escalada de violência precisava de um basta’
O advogado do ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres, Eumar Novacki, evitou entrar em confronto com o Supremo Tribunal Federal (STF), e chegou a defender a postura do ministro Alexandre de Moraes após os atos de 8 de Janeiro, quando as sedes dos Três Poderes – Palácio do Planalto, Congresso Nacional e o prédio do STF – foram invadidas e depredadas. Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira, 12, em Brasília, Novacki disse que a Corte agiu “com a energia necessária” para conter a escalada de violência no país. “Mas passado mais de 100 dias, o STF acerta em conceder essa liberdade ao ex-ministro”, disse o advogado. “Não há quem não tenha se revoltado ao assistir aquelas cenas, realmente é uma mancha na história da política do Brasil. (…) Essa escalada de violência precisava de um basta, o Supremo agiu corretamente. Com o diálogo, mostrando tecnicamente, porque a nossa defesa sempre foi muito técnica, sem confronto ao Supremo, mostrando todas as nuances, conseguimos sensibilizar o ministro relator que já não havia mais a necessidade de prisão cautelar”, completou Eumar.
Na quinta-feira, 11, após a decisão de Moraes de conceder liberdade a Torres, a defesa já havia elogiado a decisão. “Recebemos com serenidade e respeito a decisão do ministro Alexandre de Moraes de conceder liberdade ao dr. Anderson Torres, que se encontrava preso desde o dia 14 de janeiro. A defesa reitera sua confiança na Justiça e seu respeito irrestrito ao Supremo Tribunal Federal”, dizia o comunicado. Ao ser questionado sobre o problema o episódio envolvendo o fornecimento de senhas erradas de e-mails do ex-ministro, Eumar Novacki descartou que estivessem incorretas e disse que problema com acessos foi “falha técnica”. “Esse é um tema que está sob sigilo. Recebi um laudo da Polícia Federal explicando o porquê não tinha conseguido acessar as contas e recebemos, também de modo sigilo. O que posso acrescentar é que nos colocamos à disposição para acelerar o acesso às informações e a disponibilidade para que um perito, indo até o ex-ministro, a gente faça o acesso aos dados”, concluiu.
Como o site da Jovem Pan mostrou, Anderson Torres foi solto após decisão do ministro Alexandre de Moraes, que revogou a prisão preventiva mediante aplicação de medidas cautelares, entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica. O ex-secretário estava preso desde 14 de janeiro por suposta omissão no episódio de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes – Palácio do Planalto, Congresso Nacional e o prédio do STF – foram invadidas e depredadas. Na ocasião, Anderson era secretário de Segurança do Distrito Federal, mas estava de férias nos Estados Unidos. Sobre a possibilidade de uma delação premiada de Anderson Torres, o advogado Eumar Nocki descartou a possibilidade e falou em “espírito cooperativo”.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.