Bolsonaro coloca eleições em xeque e Pacheco rebate: ‘Não admitiremos retrocesso da democracia’

Presidente do Senado afirmou que realização do pleito de 2022 é ‘inegociável’; ‘Quem pretender retrocesso à democracia será apontado como inimigo da nação’, completou

  • Por Jovem Pan
  • 09/07/2021 18h32 - Atualizado em 09/07/2021 19h59
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MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO presidente do Senado, Rodrigo Pacheco durante evento Sem citar o nome do chefe do Executivo, Pacheco reiterou que a execução do pleito de 2022 é 'inegociável'

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), se pronunciou em nome do Congresso Nacional nesta sexta-feira, 9, afirmando que o parlamento brasileiro “não admitirá qualquer retrocesso em relação ao Estado Democrático de Direito”. A declaração ocorreu após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pôr em xeque as eleições de 2022, condicionando sua realização à implementação do voto auditável. Sem citar o nome do chefe do Executivo, Pacheco reiterou que a execução do pleito de 2022 é “inegociável”.

“A preservação do Estado Democrático de Direito é inegociável — Estado que a geração anterior à minha conquistou e que minha geração tem a obrigação de manter. Não podemos admitir qualquer tipo de fala, ato ou dimensão que atente contra a democracia. Portanto, tudo quanto houver de especulação em relação ao retrocesso à democracia, como a realização ou não das eleições de 2022, é algo que o Congresso Nacional, além de não concordar, repudia”, disse. Ele continuou afirmando que com certeza o pleito eleitoral será executado já que a Constituição garante isso. “Não admitiremos qualquer tipo de retrocesso, isso não decorre da vontade dos presidentes do Senado, da Câmara ou da República, mas sim da Constituição Federal à qual devemos obediência, que impõe eleições periódicas, sufrágio universal e direito ao voto secreto como a mais pura expressão da soberania popular. O povo manda no Brasil, sobretudo, através do direito às eleições, no momento em que escolhem os representantes políticos.”

Ponderando que o debate sobre o voto auditável é válido, ele ressaltou que “será apontado pelo povo brasileiro e pela história como inimigo da nação” todo aquele que “pretende promover qualquer retrocesso à democracia”. “As eleições são uma realidade da democracia brasileira, são inegociáveis. No entanto, a discussão em torno do formato destas eleições deve ser respeitada. Este debate envolverá todos os personagens da República, a definição sobre o formato não será feita pelo Poder Executivo ou STF, mas sim pelo Congresso Nacional através de uma proposta de emenda à Constituição, que será discutida na Câmara. Qualquer que seja a decisão do Congresso sobre o voto impresso, deverá ser respeitada por todos os Poderes e instituições brasileiras. A democracia está consolidada em nosso país, assim como a escolha dos representantes políticos está preservada. Todo aquele que pretender algum retrocesso à democracia será apontado pelo povo brasileiro e pela história como inimigo da nação, como alguém privado de patriotismo”, concluiu considerando que os questionamentos em torno das eleições de 2022 estão “superados”.

Confira na íntegra o discurso do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco:

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