Caso Covaxin: ‘Não tenho como saber o que acontece nos ministérios’, diz Bolsonaro
Em conversa com apoiadores, presidente da República comentou denúncia de supostas irregularidades na compra do imunizante apresentada por deputado federal bolsonarista
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira, 28, que não tem “como saber o que acontece nos ministérios”. A declaração ocorreu em conversa com apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, ao comentar o caso da compra da vacina Covaxin. O processo de aquisição do imunizante indiano, fabricado pela Bharat Biotech, entrou na mira da CPI da Covid-19 nos últimos dias e se tornou o principal foco da investigação da comissão, sobretudo, após o depoimento do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, Luis Ricardo, chefe de importação do Ministério da Saúde, ao colegiado, na sexta-feira, 25.
“Eu recebo todo mundo. Ele que apresentou, eu nem sabia da questão, de como estava a tratativa da Covaxin, porque são 22 ministérios. Só o ministério do Rogério Marinho [Desenvolvimento Regional], tem mais de 20 mil obras. Do Tarcísio [Infraestrutura], não sei. Tem uma dezena, uma centena de obras. Não tem como saber. O da Damares, da Justiça, o da Educação. Então, eu não tenho como saber o que acontece nos ministérios, vou na confiança em cima de ministros e nada fizemos de errado. Os caras botam a narrativa”, acrescentou. O presidente se referiu ao encontro que teve com Luis Miranda e seu irmão, no dia 20 de março, no qual, segundo o parlamentar, Bolsonaro foi informado sobre supostas irregularidades na compra da Covaxin.
Na conversa, ainda de acordo com o deputado federal, o chefe do Executivo federal teria dito que o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), estaria envolvido no “rolo”. Até o momento porém, o presidente não se manifestou sobre este assunto. Em seu perfil no Twitter, Ricardo Barros afirmou que não é o parlamentar citado por Luis Miranda e se colocou à disposição da CPI da Covid-19. Na sessão da sexta-feira, 25, os membros da comissão disseram que convidarão o líder do governo para prestar esclarecimentos sobre a compra da Covaxin. Em paralelo, há a expectativa de que senadores apresentem uma notícia-crime contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a justificativa de que o presidente prevaricou ao não comunicar uma suspeita de irregularidade às autoridades competentes.
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