‘Vivemos o Capitólio brasileiro’, diz Flávio Dino sobre invasão dos Poderes em Brasília

Segundo o ministro, canal de denúncias já recebeu 13 mil e-mails sobre supostos participantes nos atos de vandalismo em Brasília

  • Por Jovem Pan
  • 09/01/2023 15h47 - Atualizado em 09/01/2023 15h57
FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Flávio Dino Coletiva de imprensa concedida pelo ministro da Justiça Flávio Dino após manifestações em Brasília

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira, 9, que a pasta já recebeu 13 mil denúncias por e-mail de participantes dos “atos golpistas” ocorridos no último domingo, 8, na Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes, e que levou à invasão do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF). Até o momento, cerca de 1,5 mil pessoas já foram presas e estão sendo ouvidas na sede da Academia Nacional da Polícia Federal, a maioria delas presa em flagrante em acampamento em frente ao QG do Exército. Do domingo, foram 209 prisões em flagrante. Além disso, houve a apreensão de 40 ônibus por estradas federais, sendo que em um deles “haviam armas de fogo, o que mostra, infelizmente, uma preparação para atos de violência”, informou o ministro. “Vivemos o Capitólio brasileiro com uma diferença: não tiveram óbitos e tivemos mais presos do que lá”, acrescentou Dino. Os atos de vandalismo em Brasília podem ser enquadrados em diversos crimes, como tentativa de golpe de Estado, dano ao patrimônio e associação criminosa. “Vivemos um crime de golpe de Estado, vivemos um crime de tentativa de abolição do Estado, crime de dano qualificado, porque é patrimônio público. Tivemos associação criminosa, lesões corporais, inclusive de profissionais da imprensa, com quem nos solidarizamos. Este conjunto de crimes faz com que haja múltiplas possibilidades de responsabilização”, afirmou. Segundo o ministro, as investigações devem avançar além dos atos da Esplanada, com a responsabilidade penal atingindo também financiadores e organizadores dos movimentos considerados antidemocráticos.

Apesar da destruição dos prédios públicos, Flávio Dino defende que os atos “golpistas, terroristas e criminosos em geral não obtiveram êxito”. “Os eventos não obtiveram êxito que era gerar espécie de efeito dominó. Alguns acreditavam que a partir dos eventos simbólicos se produzisse um quadro de anomia no Brasil”, afirmou o ministro. “Graças a Deus, o nosso país caminha para absoluta normalização institucional com muita velocidade”, completou. Na visão dele, há uma “união nacional” entre os Poderes, inclusive com apoio dos governadores, que estão enviando reforços para o fortalecimento da Força Nacional no Distrito Federal. “Teremos aproximadamente mais 500 homens na Força Nacional oriundos desses Estados e quero agradecer esses governadores. Esse contingente visa apoiar as providencias que estamos adotando, sobretudo na proteção à Esplanada dos Ministério e Praça dos Três Poderes”, finalizou. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com governadores ainda nesta segunda, em Brasília.

 

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