Comandante do Exército suspende nomeação de ex-ajudante de ordens de Bolsonaro para batalhão em Goiânia
Decisão foi tomada pelo general Tomás Paiva; indicação de Mauro Cid para cargo ampliou crise do governo Lula com militares e foi estopim para queda do ex-chefe do Exército, Julio César de Arruda
O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, não assumirá mais o comando do 1º Batalhão de Ações e Comandos de Goiânia (GO). A decisão foi tomada pelo novo comandante do Exército, general Tomás Paiva, e confirmada nesta terça-feira, 24.”O Tenente-Coronel Mauro Cesar Barbosa Cid encaminhou requerimento ao Gabinete do Comandante do Exército solicitando adiamento do comando, e o pedido foi deferido”, diz nota da Força divulgada à imprensa. Agora, um novo oficial deve ser designado para o posto. O aliado de primeira hora de Bolsonaro foi pivô da mais recente crise entre o governo Lula e as Forças Armadas. A posse de Cid no Batalhão de Ações e Comandos de Goiânia foi o estopim para a demissão do comandante do Exército, Júlio César Arruda – como a Jovem Pan mostrou, ele foi substituído no sábado, 21. Arruda resistiu em desfazer a nomeação e irritou Lula.
O general Tomás Paiva assumiu o cargo com a missão de resolver o impasse envolvendo Cid sem amplificar a crise do terceiro governo Lula com os militares. Mauro Cesar Barbosa Cid foi indiciado pela Polícia Federal (PF) sob a acusação de produzir desinformação sobre a vacina contra a Covid-19. Em uma live feita em outubro de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro fez uma associação falsa entre imunizantes e o vírus da Aids, o HIV. O ex-ajudante de ordens também é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal por suposto envolvimento no vazamento de informações sigilosas de uma investigação sobre suposto ataque hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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