‘Teremos mais uma semana de temperatura elevada na CPI’, afirma Renan Calheiros

Depois de uma semana sem depoimentos, comissão vai ouvir advogado apontado como sócio oculto do FIB Bank, um lobista, um diretor da Precisa Medicamentos e um representante da Prevent Senior

  • Por André Siqueira
  • 13/09/2021 16h00 - Atualizado em 13/09/2021 16h47
Marcos Oliveira/Agência Senado renan calheiros de máscara na bancada da CPI da Covid-19 Relatório do emedebista deve ser apresentado e votado nos dias 28 e 29 de setembro

Depois de uma semana sem depoimentos, a CPI da Covid-19 retoma os trabalhos na terça-feira, 14, focada no caso da compra da vacina Covaxin, nos negócios da Precisa Medicamentos, empresa criada por Francisco Maximiano, e em uma denúncia feita por médicos e ex-médicos da Prevent Senior que chegou ao conhecimento da comissão no final do mês de agosto. Enquanto planeja o encerramento dos trabalhos, a cúpula do colegiado avalia que as próximas oitivas serão tensas, mas fundamentais para a conclusão das investigações. “Teremos mais uma semana de temperatura elevada”, disse à Jovem Pan o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão.

O novo cronograma de depoimentos foi definido na manhã do domingo, 12, em uma reunião virtual do G7, o grupo majoritário formado pelos senadores independentes e de oposição. As oitivas do advogado Marcos Tolentino e do lobista Marconny Albernaz de Faria ocorrerão, respectivamente, na terça-feira, 14, e na quarta-feira, 15. Tolentino é apontado como sócio oculto do FIB Bank, que emitiu uma carta-fiança de R$ 80,7 milhões como garantia para a Precisa no acordo firmado para a aquisição de 20 milhões de doses da vacina. O depoimento estava inicialmente marcado para a quarta-feira, 1º de setembro, mas foi adiado depois de Tolentino apresentar um atestado alegando “formigamento” no corpo como justificativa para não comparecer. O nome de Faria aparece em uma troca de mensagens que liga a “arquitetura da fraude” a uma licitação para a compra de testes de Covid-19 a fim de beneficiar a Precisa Medicamentos, empresa criada por Francisco Maximiano.

Na quinta-feira, 16, será a vez de Danilo Trento, diretor da Precisa Medicamentos. O funcionário da empresa aparece envolvido em pelo menos duas histórias que estão na mira da CPI. Uma delas é a troca de mensagens sobre o “passo-a-passo da fraude”. Segundo o senador Randolfe Rodrigues, havia dois grupos atuando conjuntamente: o de Roberto Ferreira Dias, diretor de Logística do Ministério da Saúde, que também contava com José Ricardo Santana, que deixou um cargo em um órgão ligado à Anvisa para atuar como lobista na pasta; e o da Precisa, representado por Maximiano, Trento e o lobista Marconny. Por fim, na sexta-feira, 17, o colegiado terá a presença de um representante da Prevent Senior. No final do mês de agosto, os senadores receberam uma denúncia formal feita por um grupo de médicos e ex-médicos da operadora de saúde, segundo a qual a empresa e o governo federal fizeram um acordo, no início da pandemia do coronavírus, para testar e disseminar as medicações do “kit Covid”, como cloroquina, ivermectina e azitromicina.

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