De olho no segundo turno, Haddad e Tarcísio miram em Garcia em debate na TV
Atual governador manteve postura moderada e disse ser ‘vidraça’ dos adversários; ex-ministro da Infraestrutura reforçou feitos do governo federal e petista exaltou histórico na Educação
A proximidade das eleições de 2022, que tem primeiro turno marcado para 2 de outubro – a 19 dias -, refletiu no tom dos candidatos ao Governo de São Paulo. Durante o segundo debate entre os cinco principais concorrentes ao Palácio dos Bandeirantes, realizado nesta terça-feira, 13, pela TV Cultura, em parceria com a Folha de S. Paulo e UOL, temas como segurança pública, filas de espera na saúde, redução de impostos e educação dominaram as falas dos participantes. O atual governador Rodrigo Garcia (PSDB) foi o principal alvo dos opositores. Com tom moderado, o tucano tentou manter a postura de candidato independente, se distanciando da polarização Lula-Bolsonaro e tentando se distanciar de João Doria (PSDB), de quem foi vice-governador. O tucano negou que tenha padrinho político e lançou mão da máxima de que é apadrinhado pelos mais de 40 milhões de habitantes do Estado. Apesar da tentativa de descolar sua imagem da de Doria, Garcia fez questão de exaltar feitos das gestões Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. “Me apresento com 40 milhões de padrinhos políticos, que são a população. Estou aqui para defender São Paulo acima de todos os interesses. Antes de tudo, vem São Paulo nas minhas decisões.”
Mesmo com as tentativas, o cenário foi de saia justa e série de críticas ao governador. Em um dos momentos de confronto, após Rodrigo Garcia criticar a gestão de Fernando Haddad (PT) na capital paulista, o petista citou ações recentes do governo, como aumento do IPVA na pandemia e do imposto do leite, por exemplo, para demonstrar como a chapa Doria-Garcia de São Paulo “não tem simpatia com a população”. “Vocês não tem simpatia pelo povo que mais precisa”, brandou Haddad, que também criticou mudanças feitas pela atual gestão nas Santas Casas e rebateu números citados ao longo do debate pelo governador, expondo queda de 50% no investimento e traições políticas do tucano. Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, divulgada no dia 1º de setembro, Haddad lidera com 35% das intenções de voto, seguido de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que tem 21%, e Garcia, que aparece com 15%, ou que coloca Haddad e Tarcísio no centro da disputa no Estado. Em suas falas, Rodrigo Garcia chegou a reclamar dos ataques adversários, afirmando que embora fosse natural ser “vidraça” dos concorrentes, os outros candidatos “só falam mal” do Estado. “Aqui ninguém reconhece nada [de bom no Estado]. Tudo é conquista da população que a gente dá valor. Parem de criticar o Estado”, ponderou.
Também presentes no segundo debate, os candidatos Elvis Cezar (PDT) e Vinícius Point (Novo) falaram principalmente sobre redução de impostos, empreendedorismo, geração de empregos e pedágios. Ainda que coadjuvantes na disputa, os concorrentes – que somam 2% das intenções de votos – também protagonizaram trocas de farpas e momentos de tensão. Elvis, por exemplo, fez diversas críticas ao governo de João Doria-Rodrigo Garcia por ter, segundo ele, aumentado os impostos durante o período da pandemia e não conseguir “tirar do papel” as propostas para desenvolvimento no Estado. “Não está exercendo liderança no seu partido, na sua região e não tem liderança para liderar São Paulo”, exaltou. Já Point fez críticas incisivas ao ex-ministro Fernando Haddad, mencionando antigas gestões do Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem ele chamou de corrupto. “O PT defende bandido, seja bandido político, seja ladrão de celular. O PT está cheio de corruptos. O PT engana e mente para a população. Você vai encarar essa realidade?”, questionou o candidato do Novo, filho de Vinícius José Paixão de Oliveira, que foi secretário de Haddad em São Paulo. “Seu pai era meu secretário. Você tenta cultivar um tipo de postura que não contribuiu com a boa política”, rebateu o petista.
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