PT do Rio defende rompimento de aliança com Freixo e amplia crise em palanque de Lula
Decisão, que pode ser revertida pela Executiva Nacional da sigla, ocorre em razão da manutenção da candidatura de Alessandro Molon ao Senado; ‘Total tranquilidade na relação com o PT’, diz Freixo
O PT do Rio de Janeiro aprovou, nesta terça-feira, 2, uma resolução em que defende o rompimento da aliança com o deputado federal Marcelo Freixo (PSB), candidato ao governo do Estado. A decisão do diretório fluminense, no entanto, ainda pode ser revertida pela Executiva Nacional. O texto foi aprovado após o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, sinalizar que não atuaria para retirar a candidatura do deputado federal Alessandro Molon (PSB) ao Senado – os petistas defendem o nome do deputado estadual André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). “Companheiras e companheiros, acabo de apresentar uma resolução a Executiva Estadual do PT-RJ solicitando o rompimento da aliança com Marcelo Freixo Governador. Em função da manutenção da candidatura avulsa e divisionista de Alessandro Molon ao Senado Federal sustentada pelo Presidente Nacional do PSB”, escreveu o presidente do diretório do PT no Estado, João Maurício, em seu perfil no Twitter. À Jovem Pan, Freixo minimizou a decisão estadual. “Total tranquilidade na relação com o PT. Vamos caminhar juntos”, disse em mensagem enviada à reportagem.
A decisão desta terça-feira, 2, amplia a crise no palanque do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Rio de Janeiro, berço político do bolsonarismo e um dos maiores colégios eleitorais do país. No final do mês de julho, em meio ao impasse entre Ceciliano e Molon, Lula divulgou um vídeo no qual endossa seu apoio à candidatura do presidente da Alerj. “Meus amigos e minhas amigas do Rio de Janeiro, esse vídeo é para dizer para vocês que é muito importante, nas próximas eleições, vocês elegeram, deputados, governadores e senador da República. Vocês já sabem que o Freixo é governador, que nós temos muitos deputados, mas é importante eleger senador. E nós só temos um: o senador que nós temos no Rio de Janeiro é André Ceciliano, atual presidente da Assembleia Legislativa, um companheiro que fez um verdadeiro milagre como presidente da Assembleia, unificando a Assembleia, ajudando todos os prefeitos do Rio, ajudando as universidades e fazendo aquilo que o Estado deveria fazer e não fez. Então, a gente não pode ter dúvida: a gente precisa escolher para senador da República André Ceciliano, companheiro do Partido dos Trabalhadores”, disse Lula na gravação.
Apesar da movimentação de uma ala do PT, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, não dá sinais de que irá atuar para que Molon retire sua candidatura. Como a Jovem Pan mostrou, o dirigente pessebista cobra apoio e respaldo dos petistas às candidaturas da legenda no território fluminense. “Temos dois candidatos no Rio: Freixo e Molon. O Rio de Janeiro é um Estado importantíssimo para nós. Merecemos um tratamento melhor do PT. Fizemos todas as concessões em outros Estados. O PT precisa dar respaldo às candidaturas do PSB”, disse Siqueira à Jovem Pan. Entre as concessões citadas pelo dirigente está o recuo do ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), que retirou sua candidatura ao Palácio dos Bandeirantes e se lançou como candidato ao Senado na chapa do ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT).
Companheiras e companheiros, acabo de apresentar uma resolução a Executiva Estadual do PT-RJ solicitando o rompimento da aliança com Marcelo Freixo Governador.
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— João Maurício (@JoaozinhoPTRJ) August 2, 2022
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