Em meio a fritura de Marina Silva, Petrobras faz novo pedido para explorar petróleo na foz do Amazonas
Após primeira negativa, petrolífera alterou os planos de emergência em caso de possível vazamento na perfuração na bacia amazônica
A Petrobras apresentou nesta quinta-feira, 25, uma nova solicitação de licença ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a perfuração de um poço de petróleo na bacia da Foz do Amazonas. A equipe de reportagem da Jovem Pan teve acesso ao pedido encaminhado ao presidente do órgão, Rodrigo Agostinho e, nele, a estatal se compromete a realizar mudanças em seu plano de exploração e a ampliar a base de estabilização da fauna no Oiapoque (AP). “efetiva produção de petróleo e gás na região da Margem Equatorial Brasileira ainda dependerá de um novo procedimento de licenciamento ambiental que contará com a elaboração de estudos e projetos ambientais mais detalhados e a realização de audiências públicas, com os quais a Petrobras antecipadamente se compromete, para que não haja dúvidas de que as licenças ambientais sejam emitidas considerando todos os impactos e riscos de todas as etapas dessa atividade”, diz trecho do documento.
Na última terça-feira, 23, o governo federal havia realizado uma reunião de conciliação entre o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, e Agostinho também participaram. O encontro ocorreu numa tentativa de reunir o governo federal, já que Silveira e Marin estão em lados opostos dessa situação. A ex-senadora já mostrou-se desfavorável à possível exploração de petróleo na região amazônica. “Segundo os pesquisadores, 75% do PIB da América do Sul está relacionado à água produzida na Amazônia. Agora imagine o que é destruir as bases naturais que promovem 75% do PIB de toda uma região e de toda uma população”, publicou a ministra em suas redes sociais. Silveira, no entanto, considerou as exigências como uma “incoerência”. Segundo o ministro, a área onde a Petrobras pretende realizar a perfuração foi leiloada e uma portaria interministerial substituiu a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) para que houvesse uma aprovação. “Aquilo que foi leiloado, se formos rediscutir, estaremos descumprindo contratos”, considerou.
Primeiramente, o Ibama negou a licença ambiental para que a Petrobras realizasse um teste pré-operacional para que fosse analisada a capacidade de resposta da petroleira em caso de um eventual vazamento. A perfuração ocorreria através de um poço em um bloco de exploração situado a cerca de 170 km da costa e o teste possibilitaria à Petrobras a análise de possíveis reservas de petróleo na região. Embora tenha o nome de bacia da Foz do Amazonas, a área do poço estaria a 500 km da foz. Pouco explorada, a Margem Equatorial é tida como uma região de grande expectativa já que países vizinhos, como a Guiana e o Suriname já descobriram petróleo em regiões próximas. No entanto, ambientalistas afirmam que a exploração pode ter impactos sobre o ecossistema da região.
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