Em reunião com Pfizer e Janssen, Pazuello pediu exclusividade na venda de vacinas para a União

Na prática, Ministério da Saúde tenta frear negociação de Estados e municípios com as farmacêuticas; governo federal sinalizou intenção de compra de 138 milhões de doses dos imunizantes

  • Por André Siqueira
  • 04/03/2021 11h07
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Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo - 21/01/2021 Eduardo Pazuello é ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro Pazuello se reuniu na tarde desta quarta-feira, 3, com representantes das duas farmacêuticas

Na reunião com representantes da Pfizer e da Janssen, na tarde desta quarta-feira, 3, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pediu exclusividade na venda de vacinas para a União, apurou a Jovem Pan com auxiliares da pasta. O governo federal avançou na compra dos imunizantes e pretende adquirir 138 milhões de doses – deste montante, seriam 100 milhões da Pfizer e outros 38 milhões da vacina da Janssen, de dose única. Ainda segundo um assessor do ministro, a expectativa é que o contrato com as duas farmacêuticas seja assinado na próxima semana.

Na prática, a exclusividade na venda para a União pode impactar diretamente a negociação de Estados e municípios com estas farmacêuticas. Na terça-feira, 2, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que pretende comprar 20 milhões de doses da vacina da Pfizer e 20 milhões de doses da russa Sputnik V. O imunizante da empresa americana, cuja eficácia é superior a 90%, é a única que tem registro definitivo no Brasil. A Sputnik, por sua vez, ainda busca autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a aplicação emergencial.

De acordo com o Ministério da Saúde, as vacinas da Pfizer e BioNTech devem chegar ao Brasil a partir do segundo trimestre de 2021. A pasta também afirma que o avanço nas negociações com as duas farmacêuticas se deve à aprovação do projeto de lei que facilita a compra de vacinas contra a Covid-19 pelos governos federal, estaduais e municipais. O PL 534/21 também permite que as empresas privadas adquiram as vacinas, desde que priorizem o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Plano Nacional de Imunização (PNI) – a comercialização ou a utilização só serão permitidas após o término da imunização das 77 milhões de pessoas que compõem os grupos prioritários.

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