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Facebook e Twitter têm 24h para excluir montagens ofensivas contra Marielle Franco

Marielle Franco, vereadora do PSOL na Câmara do Rio de Janeiro, foi assassinada na noite de 14 de março de 2018

O Twitter e o Facebook terão de apagar, dentro de 24 horas, uma série de publicações ofensivas contra a vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018. A medida foi imposta pela juíza Renata Gomes Casanova, a partir de uma decisão da 49ª Vara Cível do Rio de Janeiro, que decretou a exclusão de montagens em que internautas são retratados segurando a cabeça da vereadora decapitada, ensanguentada e com marcas de tiros. Caso o Twitter e o Facebook descumprirem a ordem, terão de pagar a multa diária que varia entre R$ 10 mil e R$ 500 mil. Além da multa, a decisão ordenou a identificação dos IPS dos internautas responsáveis pelos posts e o acesso às informações relativas às postagens. As redes sociais terão de guardar, até o julgamento definitivo da ação, os dados e registros de acesso das publicações.

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Segundo a juíza, a decisão “ultrapassa a mera crítica política e a liberdade de manifestação do pensamento”. “O conteúdo exalta a ocorrência de crime bárbaro, expondo a cabeça da vítima como uma espécie de troféu. Tais manifestações revelam escarnecimento com o assassinato de um ser humano e constituem agressão à dor da família, em ato de verdadeiro bullying virtual”, alegou Renata Gomes Casanova na sentença. Ela apontou também que o conteúdo das postagens não ofende apenas a memória de Marielle, mas a integridade de toda a sua família. “Além de agredir a imagem da falecida, apresentando sua cabeça como verdadeiro troféu do agressor, o conteúdo publicado nas redes sociais das rés atinge, por via reflexa, a memória e a dignidade dos parentes de Marielle que são, reiteradamente, expostos a imagens repulsivas e degradantes de seu familiar, acentuando a tristeza e a angústia experimentadas por ocasião do assassinato da vereadora”.

Essa não foi a primeira vez que a família de Marielle procurou a Justiça para banir publicações ofensivas contra sua imagem. Em 2018, o Tribunal de Justiça do Rio determinou uma multa de R$ 100 mil ao Facebook caso não excluísse posts que a insultavam, estabelecendo ainda que a rede social permanecesse com um trabalho de monitoramento para evitar outras divulgações da espécie. A vereadora do PSOL e Anderson Gomes, seu motorista, foram executados em um atentado na cidade do Rio de Janeiro.

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