General da reserva alvo de operação da PF pertence a grupo do Exército especializado em operações especiais
Ridauto Fernandes foi alvo de busca e apreensão da Operação Lesa Pátria e depôs por mais de três horas na sede da Polícia Federal; ele participou das manifestações de 8 de Janeiro
O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes deixou a sede da Polícia Federal (PF) por volta de 12h30 após mais de três horas de depoimento. Segundo investigadores, Ridauto fazia parte de um grupo dentro das Forças Especiais do Exército Brasileiro conhecido como “Kids Pretos”. O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello também era integrante. Os “kids pretos” são militares ou reservistas tidos como especialistas em operações especiais. Tratam-se de pessoas altamente treinadas em diversas ações, como operações de “guerra irregular” e sabotagem e incentivo à insurgência popular.
Fernandes é ex-diretor de logística do Ministério da Saúde. Ele assumiu o cargo em 2021 durante a gestão de Eduardo Pazuello e ficou na pasta até o final do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O militar é o único alvo da 18ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga envolvidos nos atos violentos de 8 de Janeiro. Ele gravou vídeos durante os atos. Em um deles, reclama da ação da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) por jogar gás lacrimogêneo nos vândalos que praticaram vandalismo contra os prédios dos Três Poderes. “Acreditem, a PM jogou gás lacrimogêneo da multidão aqui durante meia hora e agora estão aqui na frente e o pessoal está ajudando a PM”, disse. Em nota, o Exército destacou que o general Ridauto “encontra-se na reserva e não ocupa cargo ou desempenha função na Força. Cabe destacar, também, que o Exército não se manifesta no transcurso de processos de investigação a cargo de outros órgãos”.
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