Governador de Santa Catarina é absolvido em processo de impeachment e volta ao cargo

Carlos Moisés (PSL) obteve os quatro votos necessários; Tribunal da Assembleia Legislativa entendeu que não houve crime de responsabilidade na compra de respiradores no início da pandemia

  • Por Jovem Pan
  • 07/05/2021 14h30 - Atualizado em 07/05/2021 15h36
Julio Cavaleiro/SECOM Homem de terno discursa Moisés foi eleito em 2018 com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, mas hoje é considerado desafeto político

O governador afastado de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), foi absolvido em seu processo de impeachment pelo Tribunal Especial na Assembleia Legislativa do Estado nesta sexta-feira, 7. A sessão de julgamento teve início de manhã e ainda não foi finalizada. Os desembargadores e os deputados estaduais que compõem o grupo de dez julgadores entenderam que Moisés não cometeu crime de responsabilidade na compra de respiradores, sem licitação, no início da pandemia do novo coronavírus. Esta é a segunda vez que o governador eleito em 2018 é absolvido – no ano passado, ele chegou a ser afastado do cargo, mas foi inocentado e retornou.

Para ser afastado definitivamente, Carlos Moisés precisava do voto de sete julgadores, mas apenas seis foram favoráveis à destituição: os desembargadores Sônia Maria Schmidt, Roberto Pacheco, Luiz Zanelato, Rosane Wolff e Luiz Antônio Fornerolli e o deputado estadual Laércio Schuster (PSB). Em 2018, Moisés foi eleito com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, mas, hoje, o catarinense é considerado um desafeto político por ter feito críticas às declarações do chefe do Executivo federal minimizando a gravidade da pandemia do novo coronavírus. A vice-governadora, Daniela Reinehr, possui o apoio dos bolsonaristas.

Nesta sexta-feira, por exemplo, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), integrante da tropa de choque do governo Bolsonaro no Congresso, divulgou o número de telefone celular dos cinco deputados estaduais em seu perfil no Twitter. “Atenção! Hoje, sexta-feira, 07/05, será o julgamento definitivo do impeachment de Carlos Moisés – caso dos R$ 33 milhões gastos na ‘compra’ de 220 respiradores de empresa fantasma. Catarinenses, cobrem seus Deputados por Justiça. Ou defendem o povo ou o roubo. Liguem”, escreveu. No início da sessão, o deputado estadual Marcos Vieira (PSDB) criticou a postura de Zambelli.

 

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.