Haddad, Boulos e outros políticos da esquerda criticam invasão ao Capitólio dos EUA: ‘golpe de estado’

Apoiadores de Donald Trump invadiram o capitólio durante cerimônia que oficializaria a posse do democrata Joe Biden como presidente dos Estados Unidos

  • Por Jovem Pan
  • 06/01/2021 19h15
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EFE/EPA/JIM LO SCALZO Manifestantes Capitólio Manifestantes pró-Trump invadem prédio do Capitólio durante a tarde desta quarta-feira, 6; sessão que validaria eleição de Joe Biden foi suspensa

Políticos brasileiros usaram as redes sociais nesta quarta-feira, 6, para criticar a invasão promovida por apoiadores de Donald Trump ao Capitólio dos Estados Unidos. De ex-presidenciáveis a deputados, o posicionamento da maior parte dos brasileiros foi de que o grupo de extremistas tentava impor um golpe de estado na maior democracia do mundo. “A tentativa de golpe de Trump nos EUA é o último sinal pra que ainda não havia entendido que é preciso barrar o fascismo. Lá e aqui”, afirmou o Psolista Guilherme Boulos. O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon, criticou o “populismo de direita” de Trump ao falar do ocorrido. “Os Estados Unidos mostraram mais uma vez que nem mesmo a democracia mais estável do mundo sobrevive impunemente ao populismo de direita” Por isso é tão importante nos urnirmos: precisamos proteger e evitar o pior em 2022”, disse.

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, republicou uma mensagem escrita por ele ainda no mês de novembro, quando o democrata foi eleito. “Tinha muita certeza de que Trump ia perder e tentar ficar a todo custo”, disse. O governador da Bahia, Rui Costa, também considerou o ocorrido como uma tentativa de golpe de estado que “nos mostra onde pode chegar a política do ódio, do radicalismo e das fake news”. A deputada federal Talíria Petrone (PSOL), considerou a invasão como um espelho do que pode acontecer no Brasil no futuro. “Precisamos dar uma resposta à altura do problema e enfrentar o fascismo que ronda o continente e coloca em risco a vida do povo”, pontuou.

Também do PSOL, o deputado Ivan Valente chamou atenção para um vídeo no qual policiais do Capitólio estariam tirando fotos com pessoas envolvidas na invasão e relativizou a reação das forças de segurança ao protesto. “Se fosse um manifestante do Black Lives Matter, que tratamento receberia?”, questionou. A presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, também se posicionou: “Essa gente não respeita democracia, constituição e nem o processo eleitoral. As forças democráticas precisam repreender duramente”, disse. A deputada Maria do Rosário também trouxe a questão para o Brasil de 2022. “O exemplo de Trump contra a democracia atacando o Capitólio fica ainda mais perigoso no Brasil. Aqui os MILITARES estão no governo”, opinou.

Até o momento, pelo menos uma pessoa ficou ferida após a invasão ao Capitólio. O presidente eleito Joe Biden fez pronunciamento convidando Donald Trump a ir à TV nacional desinflamar os extremistas. O republicano, que precisará entregar o cargo no dia 20 de janeiro, publicou vídeo nas redes sociais pedindo que a violência parasse e que os manifestantes voltassem para casa. “Essa foi uma eleição fraudulenta, mas nós não podemos jogar na mão dessas pessoas”, disse, mais uma vez sem apresentar provas. Ao longo da semana, ele publicou uma série de mensagens nas redes sociais questionando os votos e falando que os norte-americanos queriam uma nova eleição.

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