Manifestantes protestam contra a volta do PT e ministros do STF em ao menos 12 Estados
No feriado de 15 de novembro, atos reúnem grupos em acampamentos próximos a bases militares para pedir o apoio das Forças Armadas e criticar ‘ditadura do Judiciário’
No dia da Proclamação da República, celebrado nesta terça-feira, 15, manifestantes protestam contra o resultado das eleições de 2022 e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em diversas regiões do país. Foram organizados atos em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Pará, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul. Os protestantes se reúnem em acampamentos próximos a bases militares. O Quartel General do Exército Brasileiro, na capital federal, o Círculo Militar, na região do Ibirapuera, na capital paulista, o Comando Militar do Leste, no Estado fluminense, possuem a maior concentração de pessoas, que o apoio das Forças Armadas e criticam o que chamam de “ditadura do Judiciário” – em Brasília, por exemplo, os grupos exibem cartazes com os dizeres “Supremo é o povo” e “SOS Forças Armadas”.
Como a Jovem Pan mostrou, o governo do Distrito Federal bloqueou o fluxo de veículos na Esplanada dos Ministérios para impedir a entrada de pedestre à Praça dos Três Poderes, onde fica o prédio do STF. A medida tem como objetivo impedir que os caminhões concentrados ao lado do Quartel General do Exército consigam se locomover até a Corte e travar o acesso à região. A Corte, presidida pela ministra Rosa Weber, tem sido um dos principais alvos dos grupos, que questionam a condução do processo eleitoral e algumas decisões do Judiciário, como o bloqueio de perfis de parlamentares nas redes sociais. Em evento do Grupo Lide Brasil, em Nova York, nos Estados Unidos, magistrados criticaram as manifestações que ocorrem no Brasil desde a proclamação da vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Os episódios de intolerância que hora assistimos inspiram a tomada de atitude que deverá ser levada efeito em cada esfera competente, mas também impele refletir de que forma as instituições poderão tratar expectativas sociais frustradas. Sendo mais direto, é preciso indagar se há algo mais por trás dos discursos lunáticos e histéricos que pedem intervenção militar e a prisão do inventor da tomada de três pinos”, afirmou Gilmar Mendes. Em seu perfil no Twitter, o ministro Alexandre de Moraes, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que o Brasil “merece paz, serenidade, desenvolvimento e igualdade social”. “O povo se manifestou livremente e a Democracia venceu!!! O Brasil merece paz, serenidade, desenvolvimento e igualdade social. E os extremistas antidemocráticos merecem e terão a aplicação da lei penal”, diz a íntegra da publicação.
Na segunda-feira, 14, o Exército Brasileiro divulgou uma nota em que reafirma seu compromisso irrestrito e inabalável com o povo, a democracia e com a harmonia política e social do Brasil. “A solução a possíveis controvérsias no seio da sociedade deve valer-se dos instrumentos legais do estado democrático de direito. Como forma essencial para o restabelecimento e a manutenção da paz social, cabe às autoridades da República, a imediata atenção a todas as demandas legais e legítimas da população, bem como a estrita observância das atribuições e dos limites de suas competências, nos termos da Constituição Federal e da legislação. (…) A construção da verdadeira Democracia pressupõe o culto à tolerância, à ordem e à paz social.”, afirmou.
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