Marc Sousa: quem diz que há ‘segunda onda’ da pandemia deve apontar quando a primeira terminou

Falas de Jair Bolsonaro sobre ‘finzinho’ da pandemia foram tema de debate entre comentaristas do programa 3 em 1 desta quinta-feira, 10

  • Por Jovem Pan
  • 10/12/2020 18h06
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LEANDRO FERREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO - 24/11/2020 As escolas, que estavam abertas apenas para distribuição de alimentos para alunos necessitados e entregas de chips, voltarão a ter aulas presenciais no dia 14 de abril Comentarista do 3 em 1 falou sobre "taxação de datas" envolvendo Covid-19

Em evento de lançamento do eixo principal da Nova Ponte do Guaíba, em Porto Alegre (RS), nesta quinta-feira, 10, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o país vive “um finalzinho de pandemia” do novo coronavírus e elogiou o desenvolvimento financeiro do país diante da crise mundial. “O nosso governo, levando-se em conta outros países do mundo, foram um dos melhores que saíram no tocante à economia”, afirmou. O presidente reconheceu o aumento anormal em alguns produtos alimentícios e afirmou que é “menos ruim” uma inflação do que um desabastecimento no país. Ele também voltou a falar sobre a hidroxicloroquina como eficaz contra tratamento contra Covid. Não há comprovação de que o remédio serve para tratar a doença. As falas do presidente Jair Bolsonaro foram tema de conversa entre os comentaristas do programa “3 em 1”, da Jovem Pan, nesta quinta-feira, 10.

Thaís Oyama disse que a afirmação do presidente de que a pandemia está “no finzinho” é inverídica e lembrou que mais de 20 estados brasileiros apresentaram alta no número de mortes na quarta-feira. Para ela, a fala de Bolsonaro pode ser sinal de três cenários diferentes: “Ou o presidente está deliberadamente mentindo, ou o presidente está mal informado ou o presidente está vivendo em uma realidade paralela, um mundo só dele, que é aquela situação típica onde o governante fica isolado, fica rodeado de acólitos que filtram, que manipulam as informações que dão para ele porque sabem que o rei só quer ouvir boas notícias e dando boas notícias eles caem nas graças do rei”, pontuou. Ela afirma que nenhuma das alternativas vistas no posicionamento do presidente é positiva para os brasileiros.

Otimista, Tomé Abduch lembrou que a pandemia chegou ao Brasil ainda no primeiro trimestre do ano e citou protocolos de tratamento definidos e aprovações de vacinas no mundo como sinais positivos “O Brasil já tem três opções claras da vacina”, disse, lembrando de Oxford, Pfizer e a Coronavac como possibilidades “Nós estamos chegando realmente num momento onde a vacina começa a ser para nós realidade, o número de mortos em todo mundo diminuiu, depois subiu um pouco, “Eu acredito que nós temos que ter sim esse otimismo e entender que estamos afunilando essa doença, e eu acho que foi essa a tradução que eu daria para o que o presidente Jair Bolsonaro quis dizer em sua declaração”, afirmou.

Para Marc Sousa, a taxação de “prazos” para a pandemia, seja ao falar em segunda onda ou ao falar em término da Covid-19, é um incômodo. “Acho muito complicado colocar data, eu não concordo com segunda onda, por exemplo. Eu quero saber de quem defende a segunda onda quando terminou a primeira. A data. Qual foi o dia que terminou a primeira onda?”, questionou. Para ele, o sistema de saúde brasileiro não foi efetivamente preparado mesmo que o pedido para que todos ficassem em casa no começo da doença tivesse base em uma promessa de melhora do SUS e uma série de movimentações nas ruas por causa das eleições pode ter contribuído para o inegável aumento dos números. Ele não ignorou as notícias positivas e até concordou parcialmente com a “tradução” feita por Abduch sobre a fala de Bolsonaro, mas frisou que é importante não se ater a datas.

Confira o programa “3 em 1” desta quinta-feira, 10, na íntegra:

 

 

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