‘Mercosul não pode continuar a ser visto como sinônimo de ineficiência’, diz Bolsonaro
Brasil assumiu a presidência do bloco nesta quinta-feira; chefe do Executivo criticou a gestão argentina e cobrou flexibilização econômica durante evento virtual
Em reunião virtual nesta quinta-feira, 8, o Brasil assumiu a presidência pró-tempore do Mercosul. Antes, a posição era ocupada pela Argentina. Durante sua participação no evento, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou o atual posicionamento do bloco e reforçou que, enquanto o Mercosul permanecer sob comando brasileiro, o governo trabalhará para flexibilizar as regras econômicas e promover a abertura comercial do bloco. Rotativa, a presidência do Mercosul é exercida pelo período de seis meses por cada um dos chefes de Estado dos países-membros — Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
“Para transformar o Mercosul em um instrumento efetivo de promoção da liberdade e prosperidade de nossos povos, não podemos deixar que o bloco continue a ser visto como sinônimo de ineficiência, desperdício de oportunidades e restrições comerciais. Para superar a imagem negativa do bloco, o Brasil busca privilegiar a modernização da agenda econômica do Mercosul. Persistiremos neste caminho no exercício da presidência, que nos cabe até o fim deste ano”, disse Bolsonaro em seu discurso. O chefe do Executivo brasileiro seguiu o posicionamento ponderando que o bloco “deixou de corresponder às expectativas e necessidades de modernização” no último semestre, quando esteve sob o comando da Argentina.
“Diferente do que ocorreu, deveríamos ter apresentado resultados concretos nos dois temas que estão mobilizando nossos esforços, a redenção da Tarifa Externa Comum e maior flexibilização para negociações de acordos comerciais com parceiros externos. O Brasil tem pressa. Os ministros e negociadores do Mercosul já estão cientes de nossa sede por resultados.” Ainda criticando “visões arcaicas” do bloco, Bolsonaro analisou que o Mercosul “precisa demonstrar seu valor com entregas à população”. “A persistência nos impasses, o uso da regra do consenso como instrumento de veto e o apego a visões arcaicas de viés defensivo terão o único efeito de consolidar o sentimento de cetismo e dúvida quanto ao verdadeiro potencial dinamizador do Mercosul. O Brasil não mede esforços para modernizar a economia e sociedade e queremos que nossos sócios sejam parcerios na caminhada rumo à prosperidade comum”, concluiu. Pelas atuais regras da organização, as decisões negociadas no bloco apenas podem entrar em vigor após a permissão dos quatro países fundadores.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.