Ministros de Lula assumem cargos e anunciam o que farão nos próximos quatro anos

No Ministério da Fazenda, Fernando Haddad disse que o governo ‘não aceitará’ décifit de R$ 220 bilhões; na Educação, Camilo Santana destaca alfabetização na idade certa como prioridade ‘absoluta’

  • Por Jovem Pan
  • 02/01/2023 17h34 - Atualizado em 02/01/2023 18h54
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TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Fernando Haddad Na primeira semana de governo, Haddad anunciou um pacote de medidas fiscais com a intenção de melhorar as contas públicas

Um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomar posse para o seu terceiro mandato na Presidência da República e empossar os 37 nomes indicados para compor o quadro ministerial do governo, os novos ministros fazem cerimônias para assumir os cargos. O primeiro a tomar posse nesta segunda-feira, 2, foi o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que comandará o Ministério da Fazenda. Primeiro nome a ser anunciado por Lula, o petista afirmou em discurso que vai trabalhar para reduzir o impacto negativo nas contas públicas e reforçou que o governo “não aceitará” o déficit “absurdo” previsto para 2023. “Não aceitaremos um resultado primário que não seja melhor do que os absurdos R$ 220 bilhões de déficit previstos no Orçamento para 2023”, declarou, em primeiro discurso como ministro da Fazenda. Além de Fernando Haddad, outros 16 ministros assumem o cargo nesta segunda.

Em cerimônia no Ministério da Educação, o ministro Camilo Santana (PT), também ex-governador do Ceará, disse que alfabetização na idade certa é “prioridade absoluta” para o país. Ele também avaliou que a educação foi negligenciada e tratada como “subproduto” na gestão anterior, reafirmou as prioridades da pasta, como a expansão do ensino integral, o combate à evasão escolar e a introdução de novas tecnologias na educação, e prometeu buscar “diálogo permanente” com representantes da área, universidades e institutos federais para a elaboração do novo Plano Nacional de Educação. Outro ministro que elencou prioridades foi José Múcio, que assume o Ministério da Defesa. Em seu primeiro pronunciamento no cargo, ele reforçou que as Forças Armadas são instituições de Estado e estão a serviço da democracia. “Apesar de sua relevante dimensão geopolítica, o Brasil e suas Forças Armadas sempre se posicionaram a serviço da paz, da democracia, do respeito às instituições e da cooperação com os seus vizinhos. Nossa história, rica em exemplos, mostra que a Marinha, o Exército e Aeronáutica são instituições de Estado.”

No Ministério da Saúde, a cerimônia também foi momento de anúncios do secretariado, com a indígena Weibe Tapeba entre os escolhidos, e de reafirmar as prioridades da pasta: autonomia na produção de vacinas, fortalecimento do programa Farmácia Popular, ampliação da vacinação, combate ao racismo estrutural no SUS; e uma gestão pautada “pela ciência e pelo diálogo com a comunidade científica”, entre outras coisas. Primeira mulher a comandar a Saúde, Nísia Trindade ocupava a presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde liderou as ações para enfrentamento da pandemia de Covid-19. Entre os outros ministros que assumiram cargo está o ex-governador Rui Costa, agora ministro-chefe da Casa Civil, Carlos Fávaro, que comandará o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Flávio Dino, do Ministério da Justiça, que prometeu um pente-fino nos inquéritos sobre atos contra os resultado das eleições e disse que desvendar o caso da morte de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, é “questão de honra”.

Outras cerimônias também aconteceram na tarde desta segunda, como a do Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, e de Wellington Dias, que vai comandar a pasta de Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome e promete vai atualizar Cadastro Único. A expectativa é que as cerimônias de posse aconteçam até a próxima quarta-feira, 4, com Marina Silva assumindo o Meio Ambiente e o vice-presidente Geraldo Alckmin, a pasta do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços e Inovação. Nesta terça, 3, as cerimônias devem acontecer no Ministério dos Direitos Humanos, com Silvio Almeida; no Ministério dos Transportes, com Renan Filho; na Secretaria de Comunicação Social, com Paulo Pimenta; e na Controladoria-Geral da União, com Vinícius Marques de Carvalho.

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