Mourão diz que é ‘difícil’ Brasil reconhecer independência de regiões separatistas da Ucrânia

Vice-presidente defende a realização de um plebiscito para situações; general afirma que país se posiciona a favor da ‘soberania’

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2022 12h58
FRANCISCO STUCKERT/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Hamilton Mourão em cerimônia do Casa Verde e Amarela Reconhecimento das regiões pelo presidente russo, Vladimir Putin, esbarra na diplomacia brasileira

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quarta-feira, 23, achar “difícil” que o Brasil reconheça a independência das regiões separatistas de Lugansk e Donetsk, no leste da Ucrânia. O general defendeu a realização de um plebiscito para situações como essa. “Acho difícil isso, né? Não é da nossa visão de relações internacionais, porque a gente sempre advoga a soberania dos países”, respondeu o vice-presidente à imprensa. O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência das regiões na última segunda-feira, 21, aumentando a tensão com o Ocidente, que teme uma invasão da Rússia à Ucrânia. Após Putin aprovar o envio de tropas para Lugansk e Donetsk, os Estados Unidos e outros países anunciaram duras sanções ao país.

O Brasil acabou se tornando um personagem da crise diplomática após visita do presidente Jair Bolsonaro ao presidente russo. Desde o início, o chefe do Executivo reforçou que o encontro não tinha objetivos políticos, mas, sim, comerciais. A visita, no entanto, não foi vista com bons olhos pelos EUA, que criticou a fala de Bolsonaro ao se dizer solidário à Rússia. Segundo o Departamento de Estado norte-americano, a fala do presidente “não poderia ter sido pior”. O vice-presidente não acredita que o Brasil se posicionará a favor do anúncio de Putin dessa vez. “Essa questão de separatismo é algo complicado. Nós sempre achamos que para haver uma separação dessa natureza teria que ter um plebiscito, coisas assim, de modo que fosse manifestado por uma maioria étnica a vontade de se separar do país ao qual eles pertencem”, explicou Mourão.

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