PGR denuncia o primeiro suspeito de financiar atos do 8 de Janeiro

Homem, que não teve a identidade revelada, teria auxiliado na organização da viagem e na mobilização de manifestantes e doações

  • Por da Redação
  • 14/12/2023 16h46 - Atualizado em 14/12/2023 16h48
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO/AE 8 de janeiro Homem teria auxiliado na organização da viagem e na mobilização de manifestantes e doações

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia nesta quinta-feira, 14, contra o primeiro suspeito de financiar os atos ocorridos do 8 de Janeiro. O homem, residente em Londrina, no Paraná, teria fretado quatro ônibus por R$ 59,2 mil para transportar manifestantes até Brasília. De acordo com a PGR, ele também teria auxiliado na organização da viagem e na mobilização de manifestantes e doações. A identidade do suspeito não foi divulgada. A denúncia atribui ao homem cinco crimes: associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com uso de substância inflamável, e deterioração de patrimônio tombado. Caso seja condenado, ele pode enfrentar uma pena de até 30 anos de reclusão. O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e é assinado pelo subprocurador Carlos Frederico dos Santos, responsável pela coordenação das investigações sobre os atos golpistas.

Segundo a denúncia, o suspeito teria participado ativamente de conversas em aplicativos de mensagens. Além disso, ele mantinha uma lista de transmissão para disseminar publicações antidemocráticas. A PGR afirma que o objetivo era incitar a população e as Forças Armadas a contestar o resultado das eleições de 2022 e destituir o presidente eleito. Uma das mensagens recuperadas pelos investigadores revela que os ônibus partiriam de Londrina no dia 6 de janeiro com destino ao “cerco” ao Congresso Nacional. Entre os passageiros estava Orlando Ribeiro Júnior, preso em flagrante no Palácio do Planalto e condenado a três anos de prisão. Outro extremista, detido próximo ao Quartel General do Exército, em Brasília, também viajou com o grupo. Até o momento, a PGR já denunciou um total de 1.413 pessoas, incluindo 1.156 incitadores, 248 executores, oito agentes públicos e o financiador.

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